
Muitos donos consideram seus pets parte da família e adoram a companhia deles na cama. Mas será que dividir o espaço do sono com cães e gatos é seguro? Especialistas ouvidos pelo Estadão afirmam que, na maioria dos casos, não há risco significativo para adultos saudáveis, embora grupos específicos precisem de atenção extra.

O infectologista Natanael Adiwardana, do Hospital São Luiz Itaim, explica que a transmissão de doenças de animais para humanos é rara, mas pode ocorrer. “Dormir com eles não costuma representar risco à saúde, exceto para bebês, gestantes e pessoas imunocomprometidas”, afirma.
Segundo a neurofisiologista Letícia Soster, do Einstein Hospital Israelita, a presença do pet pode trazer conforto e sensação de segurança, auxiliando no adormecer. No entanto, compartilhar a cama pode fragmentar o sono, especialmente em crianças e idosos, prejudicando o descanso e o bem-estar diário.
O pediatra Elias El-Mafarjeh, do Hospital Sírio-Libanês, lembra que bebês com menos de 1 ano não devem dividir o berço com pessoas ou animais, devido ao risco de sufocamento. Para eles, o sono seguro envolve apenas o colchão com lençol ajustado, sem travesseiros ou almofadas.
Zoonoses e grupos vulneráveis
Pets que frequentam ambientes externos podem trazer parasitas e microrganismos para dentro de casa, aumentando o risco de infecções gastrointestinais, de pele ou de gânglios. Crianças menores de 5 anos, idosos, gestantes e pessoas com imunidade comprometida devem tomar precauções extras.
A pelagem dos animais pode provocar reações alérgicas, principalmente respiratórias. Para quem já tem rinite, asma ou outras condições, dormir próximo ao pet só é contraindicado se houver piora evidente dos sintomas.
Cuidados essenciais
Para tornar a prática mais segura, especialistas recomendam:
- Manter vacinação e vermifugação em dia;
- Controlar pulgas e carrapatos;
- Higienizar o pelo do pet regularmente;
- Manter o quarto limpo, com superfícies desinfetadas e aspiradas;
- Oferecer uma cama exclusiva para o animal, caso prefira.
Adiwardana reforça: “Em caso de dúvidas, consulte um médico ou veterinário para alinhar as melhores estratégias”.
