
O 1º de dezembro marca o Dia Mundial de Luta contra o HIV e o início do Dezembro Vermelho, mês dedicado à conscientização sobre HIV e aids. As ações têm foco na prevenção, no combate à desinformação e à discriminação, além de reforçar cuidados com a saúde da população.
Segundo António Guterres, secretário-geral da ONU, décadas de progresso no enfrentamento da aids estão em risco devido a cortes de financiamento, interrupção de programas essenciais e leis que dificultam o acesso a cuidados, especialmente para populações vulneráveis. Atualmente, 40,8 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo. Em 2024, houve 1,3 milhão de novas infecções, e 9,2 milhões não têm acesso ao tratamento.
No Brasil, o Boletim Epidemiológico – HIV e Aids (2024) do Ministério da Saúde registra 1.165.599 casos desde 1980, com média anual de 36 mil novos casos nos últimos cinco anos. A principal via de transmissão permanece sexual (75,3%), afetando majoritariamente indivíduos entre 25 e 39 anos e com predomínio do sexo masculino (68,4%).
Entre gestantes, desde 2000, foram notificados 166.237 casos de HIV, com aumento de 33,2% na última década. Em 2023, 3,3 casos por mil nascidos vivos foram registrados, concentrados em mulheres negras e na faixa etária de 20 a 29 anos.
No ano passado, o Brasil notificou 46.495 casos de infecção pelo HIV, aumento de 4,5% em relação a 2022, e 10.338 óbitos por aids, com 63% entre pessoas negras. Entre os óbitos, a proporção de homens foi de 21 para cada 10 mulheres.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destaca conquistas do país, como a redução da mortalidade e a eliminação da transmissão vertical da doença. Ele reforça que o país ainda enfrenta desafios no acesso à prevenção, combate ao estigma e cuidado contínuo aos pacientes.
O Brasil é signatário da meta da OMS de eliminação da aids como problema de saúde pública até 2030, com os objetivos de:
Diagnosticar 95% das pessoas vivendo com HIV
Tratar 95% dos diagnosticados
Ter 95% em tratamento com carga viral suprimida
Reduzir incidência de HIV e mortes por aids em 90%, comparado a 2010
O Dezembro Vermelho reforça a importância de prevenção, testagem e tratamento, além de estimular políticas públicas para reduzir desigualdades e o impacto da epidemia na sociedade.
