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23 de novembro de 2025 - 12h32
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SAÚDE

Estudo revela desigualdade no acesso de brasileiros ao dermatologista

Renda, raça e idade influenciam quem consegue atendimento para cuidados com a pele; especialistas alertam para riscos de procedimentos estéticos sem supervisão médica

23 novembro 2025 - 10h30Redação E+
Estudo aponta que mais da metade dos brasileiros nunca teve consulta dermatológica.
Estudo aponta que mais da metade dos brasileiros nunca teve consulta dermatológica. - Foto: LIGHTFIELD STUDIOS/Adobe Stock

Mais da metade dos brasileiros nunca passou por um dermatologista. O dado aparece em um estudo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) realizado pelo Instituto Datafolha, que mostra que 54% da população nunca teve atendimento especializado e que 25% desconhecem que a dermatologia é uma área médica.

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A renda é o principal fator que define quem chega ao consultório. Nas classes A e B, 69% e 66% já consultaram um especialista. Nas classes C e D, os índices caem para 46% e 32%. Há também desigualdade racial: 58% das pessoas brancas já foram ao dermatologista alguma vez, contra 41% das pessoas negras. No último ano, apenas 12% dos brasileiros passaram por consulta.

O presidente da SBD, Carlos Barcaui, considera os dados preocupantes e destaca que o acesso restrito vem de fatores como distância, renda e pouca oferta de profissionais fora das capitais. Mesmo com um número expressivo de dermatologistas no país, a distribuição desigual cria áreas sem cobertura adequada.

A falta de informação também pesa: 19% dos entrevistados não souberam indicar nenhum profissional de referência. Segundo Barcaui, isso mostra que boa parte da população não tem orientação confiável sobre cuidados com a pele.

Dados coletados

A acne é um dos principais motivos de queixa em consultório, mas 70% dos jovens de 16 a 24 anos nunca fizeram consulta dermatológica. Para Barcaui, a baixa procura está ligada à banalização do problema e à busca por soluções rápidas nas redes sociais, o que pode piorar quadros inflamatórios.

Entre eles, a autoestima é o principal motivo para buscar o dermatologista. Já em faixas etárias mais altas, a prevenção de doenças ganha mais importância.

Apesar de 86% dos entrevistados reconhecerem que problemas dermatológicos devem ser tratados por um especialista, 43% raramente observam a própria pele, cabelos e unhas. A estimativa é de que 11,5 milhões de brasileiros tenham alguma doença crônica da pele, como psoríase ou vitiligo.

Também há recorte de gênero: 37% dos homens já consultaram dermatologista, contra 55% das mulheres.

Procedimentos estéticos

O estudo mostra aumento na procura por procedimentos estéticos como injetáveis e lasers. No entanto, Barcaui alerta que a popularização desses tratamentos tem ampliado riscos, já que muitos são realizados por pessoas sem formação médica.

Complicações como infecções, necrose, queimaduras e até danos à visão são relatadas quando procedimentos são feitos em locais inadequados, como salões de beleza, spas e clínicas sem responsável técnico.

A SBD defende ampliar a presença de especialistas no Sistema Único de Saúde (SUS), com mais vagas e fluxos de atendimento mais eficientes. Segundo Barcaui, fortalecer a área na rede pública é essencial para reduzir desigualdades e garantir diagnóstico precoce de doenças.

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