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SAÚDE

Curso de arboviroses reforça capacitação de agentes de saúde em Mato Grosso do Sul

Capacitação gratuita oferecida pelo Conasems aborda prevenção, diagnóstico e manejo clínico de dengue, Zika e chikungunya

24 junho 2025 - 08h46Iury de Oliveira
Curso gratuito capacita agentes de saúde de MS no combate à dengue, Zika e chikungunya
Curso gratuito capacita agentes de saúde de MS no combate à dengue, Zika e chikungunya - (Foto: Álvaro Rezende)
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Em um esforço para enfrentar o avanço das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES), por meio da Superintendência de Atenção Primária à Saúde, está incentivando a capacitação de agentes comunitários de saúde (ACS) e de combate a endemias (ACE) por meio do curso online Arboviroses, disponível gratuitamente na plataforma do Conasems (Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde).

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O curso tem carga horária de 10 horas e é voltado a profissionais da saúde de todo o país. A formação conta com videoaulas e materiais complementares produzidos pelo Ministério da Saúde, abordando aspectos fundamentais sobre dengue, Zika e chikungunya — doenças que têm preocupado autoridades sanitárias por sua alta incidência e potencial de gravidade.

A iniciativa surge em meio a um cenário preocupante: em 2023, mais de mil brasileiros morreram em decorrência da dengue. Investigações do Ministério da Saúde indicam que parte desses óbitos pode estar relacionada à condução clínica inadequada dos casos e à falha na identificação dos sinais de alarme da doença.

Conteúdo técnico e foco na prática - A capacitação busca fortalecer as habilidades dos profissionais da atenção primária à saúde no reconhecimento e manejo clínico adequado das arboviroses. O conteúdo contempla desde os aspectos gerais das doenças até os fluxogramas clínicos que orientam a conduta frente a sintomas em adultos e crianças.

Entre os tópicos abordados estão:

  • Diagnóstico e manejo clínico da dengue;

  • Fluxogramas de conduta clínica;

  • Diferenças entre sintomas de dengue e chikungunya;

  • Sinais de alarme e critérios de gravidade.

A responsável técnica pelos agentes comunitários de saúde da SES, Elisângela Hermes, destaca a importância da formação contínua, sobretudo diante das características ambientais e sociais que favorecem a circulação dos vírus.

“Aspectos como urbanização acelerada, crescimento populacional desordenado, saneamento básico precário e fatores climáticos criam condições ideais para a proliferação do vetor e impactam diretamente na dinâmica de transmissão dos arbovírus”, afirma.

Segundo Hermes, a vigilância precisa ser redobrada entre os meses de outubro e maio, período com maior incidência das doenças. Ela reforça que a atualização técnica dos profissionais é um fator-chave para garantir o atendimento correto e evitar complicações nos pacientes.

Plataformas de apoio à formação profissional - Além do curso sobre arboviroses promovido em parceria com o Ministério da Saúde e o Conasems, a SES também mantém a plataforma Telessaúde, voltada à educação continuada dos profissionais da rede pública.

No ambiente virtual, disponível no site https://telessaude.saude.ms.gov.br, os trabalhadores encontram conteúdos atualizados, orientações técnicas, protocolos assistenciais e módulos voltados a diversas áreas da saúde pública.

O curso Arboviroses pode ser acessado diretamente pelo link https://mais.conasems.org.br/cursos/30_curso-de-capacitacao-em-arboviroses, e está disponível para qualquer profissional de saúde do país interessado em aprofundar o conhecimento sobre o tema.

Formação é peça-chave no combate às arboviroses - Para os profissionais que atuam na linha de frente, especialmente os ACS e ACE, o domínio das informações sobre arboviroses não é apenas uma ferramenta técnica, mas um instrumento direto de proteção à saúde pública.

“Os sinais clínicos iniciais muitas vezes são sutis, e o não reconhecimento precoce pode levar à evolução rápida e grave do quadro. Capacitar os agentes é uma maneira efetiva de salvar vidas”, destaca Hermes.

O fortalecimento da educação permanente em saúde tem sido uma das estratégias adotadas pela SES para enfrentar os desafios do SUS no estado. Com a crescente urbanização e as mudanças climáticas, o combate ao Aedes aegypti requer profissionais atualizados, sensíveis às realidades locais e preparados para agir com agilidade.

Além das ações educacionais, a SES tem investido em campanhas de conscientização, mutirões de limpeza, visitas domiciliares e articulação com os municípios para ações integradas de combate ao mosquito transmissor.

Acesso democrático e gratuito à informação - Um dos diferenciais do curso é sua gratuidade e acessibilidade. Ao ser disponibilizado online, com carga horária viável e linguagem clara, a formação se torna acessível mesmo para profissionais que atuam em regiões mais remotas.

A ideia, segundo os organizadores, é democratizar o conhecimento técnico e fortalecer a resposta dos serviços de saúde frente a surtos e epidemias de arboviroses.

Para a superintendência de Atenção Primária da SES, investir na qualificação dos profissionais é também um passo importante para fortalecer o vínculo com a população, oferecendo um cuidado mais resolutivo, humanizado e baseado em evidências.

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