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Dezembro Vermelho é o mês de conscientização a prevenção ao HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. Atualmente em Campo Grande, cerca de 6.200 pessoas estão em tratamento contra esse vírus, segundo o Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (Siclon) do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).

O especialista na área e médico geral do CTA, Roberto Braz, destaca o quão importante é ficar informado e saber como agir em relação as ISTs, e relembra que durante todo o ano, é necessário se prevenir. “No mês de dezembro nós aumentamos o número de testagens. Mas gostaríamos que isso acontecesse durante o ano todo, porque o teste rápido e o rastreio das ISTs, são importantes para todas as pessoas que tem uma vida sexualmente ativa”, destaca.
Após uma relação desprotegida, o aconselhado é procurar ajuda médica (CTA, UPAs e unidades de saúde) em até 72h para uma melhor eficácia do tratamento. Como em qualquer problema de saúde, o diagnóstico precoce facilita na recuperação e caso for positivo para HIV, o método de recuperação é a PeP (Profilaxia Pós Exposição), que são dois comprimidos ingeridos ao longo de 28 dias. O procedimento é feito de casa com o acompanhamento nas clinicas.
Medicamento PEP / Foto: Gustavo Grance
O tratamento contra o HIV é simples e de fácil acesso, mas existe um preconceito em relação a infecção. “Muitas vezes as pessoas pensam que por estarem namorado ou casadas estão protegidas. E infelizmente, não é bem essa realidade que a gente vê aqui. Então é importante que as pessoas venham fazer a testagem não só em dezembro, mas durante todo o ano”, explica.
Em dez anos, foram notificados o total de 4.048 casos de HIV/Aids no sexo masculino e 1.309 no sexo feminino, em Campo Grande. Observa-se a tendência e crescimento nos casos de HIV/Aids no sexo masculino sendo predominante não só na Capital, porém também no cenário epidemiológio dos demais estados brasileiros.
Na pandemia, o CTA fez uma campanha por meio dos Correios, que permanece até hoje, o “A Hora é Agora”. Na parceria os testes rápidos chegam até as residências. Para ter o acesso ao autoteste é só entrar no site www.ahoraeagora.org onde é feito o cadastro para recebimento.
Teste Rapido HIV / Foto: Gustavo Grance
Para o profissional, o preconceito ainda é o maior problema que as pessoas tem em relação a doença. “Hoje em dia o HIV já não é mais igual nos anos 80 e 90. Existe um tratamento e são apenas dois comprimidos que podem estar variando para um, dependendo da pessoa. E a pessoa consegue ter uma vida saudável, igual a de quem não tem o vírus, desde que ela faça o tratamento regular. O paciente que está em tratamento consegue suprimir o vírus e ficar indetectável, não adoecendo e podendo ter até filhos biológicos sem transmitir para o bebê ou para o cônjuge”, finaliza.
No período de 2018 a 2023 foram notificadas 273 crianças expostas ao HIV residentes na Capital. Observa-se uma queda no número de casos de crianças expostas este ano comparado com anos anteriores. Neste mesmo período foram diagnosticados um caso de criança menor de cinco anos com Aids, exceto no ano de 2022 que não houve nenhuma notificação para este agravo.
