
Em uma conquista marcante para a saúde pública do Brasil, a cidade de Campo Grande se destaca como pioneira na confecção e implantação da primeira prótese transfemural pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no país.

O Centro Especializado em Reabilitação (CER) da APAE assume a responsabilidade pela criação da prótese, enquanto o paciente beneficiado é residente do próprio município. O CER/APAE conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), que realiza a contratação e custeio dos serviços.
A confecção da prótese utiliza a revolucionária técnica Direct Socket, desenvolvida pela renomada empresa Össur, da Islândia, líder mundial em próteses e tecnologia assistiva. Embora o CER já utilize essa técnica desde 2020 para a confecção de próteses transtibiais (amputação entre joelho e tornozelo), esta é a primeira vez que ela é aplicada em uma prótese transfemural.
O aposentado Walter Dias Martins, que perdeu a perna há aproximadamente 11 anos devido a um acidente de trânsito
O aposentado Walter Dias Martins, que perdeu a perna há aproximadamente 11 anos devido a um acidente de trânsito, é o primeiro paciente a receber uma prótese transfemural. Ele expressa sua esperança e expectativa em relação à nova prótese: "Eu já tive experiência com outras quatro próteses feitas com diferentes materiais, mas o processo de adaptação foi sempre muito doloroso. Agora, estou muito esperançoso de que, com essa nova prótese, eu consiga ter uma melhor qualidade de vida. É um grande avanço", destaca Walter.
Adriana Maria de Oliveira, supervisora da oficina ortopédica da APAE, explica que a avaliação das necessidades do paciente é feita de forma individualizada. "Cada paciente tem necessidades específicas, portanto, é necessário realizar uma análise prévia para determinar o tipo de material e técnica mais adequados. No caso desse paciente, foi possível adaptar a técnica para obter melhores resultados", explica Adriana.
O objetivo da utilização da técnica Direct Socket é proporcionar aos pacientes materiais de melhor qualidade e maior precisão, reduzindo a necessidade de retornos à unidade de saúde. Em comparação com o processo tradicional de protetização, o tempo e a frequência das avaliações e medidas são menores com o sistema Direct Socket.
A escolha do sistema, assim como dos demais materiais dispensados, segue critérios de avaliação, nos quais o técnico ortopédico analisa e seleciona o sistema mais adequado para cada paciente.
O secretário municipal de Saúde, Sandro Benites, destaca que mais esta conquista representa um avanço significativo no acesso a tecnologias assistivas de qualidade pelo SUS, promovendo uma melhora na qualidade de vida e na mobilidade dos pacientes que necessitam de próteses transfemurais.
"Parabenizamos ao CER/APAE pelo brilhante trabalho que vem sendo realizado e reafirmamos o nosso compromisso em garantir assistência integral e inclusiva à população, investindo em inovação e capacitação para oferecer tratamentos cada vez mais eficazes e humanizados", finaliza.
