
Mais de 500 mil notificações de doenças transmitidas pela água e alimentos foram registradas em Campo Grande nos últimos dez anos, segundo levantamento do Sinan/Sivep-DDA da Secretaria Municipal de Campo Grande (Sesau) a pedido do jornal A Crítica.

As diarreias respondem pela grande maioria dos casos, reflexo da ampliação das unidades notificadoras de saúde, e não necessariamente de um aumento nas contaminações por falta de saneamento.
Entre 2015 e 2025, a Capital sul-mato-grossense somou 507.537 notificações de agravos de origem hidrossanitária. Deste total, 506.679 foram casos de diarreia, o que representa praticamente a totalidade das ocorrências registradas no período.
O pico aconteceu em 2023, com 70.846 notificações, seguido por 2022 (59.724) e 2024 (58.942). Em 2025, até a 40ª semana epidemiológica, já são 35.605 registros.
Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, o aumento nas notificações está ligado à expansão da vigilância epidemiológica. Antes, apenas unidades sentinelas informavam os casos; hoje, todas as unidades de saúde da rede pública e privada fazem o registro no sistema.
Além das diarreias, outras doenças de transmissão hídrica ou alimentar tiveram registros no período. Entre elas:
Hepatite A: 376 casos em dez anos;
Toxoplasmose: 419 registros;
Leptospirose: 39 casos;
Rotavírus: 12 registros;
Esquistossomose: 9 notificações;
Hantavirose: 3 casos.
As doenças mais frequentes depois da diarreia são toxoplasmose e hepatite A, com picos entre 2017 e 2024. Já a leptospirose, associada a enchentes e alagamentos, manteve números baixos, variando de 3 a 7 casos por ano.
