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SAÚDE E CIÊNCIA

Brasil vai produzir vacina contra vírus sincicial respiratório em parceria entre Butantan e Pfizer

Imunizante será distribuído no SUS a partir de novembro; acordo inclui também medicamento para esclerose múltipla

10 setembro 2025 - 16h05
Parceria entre Butantan e Pfizer viabilizará produção da vacina contra o VSR no Brasil
Parceria entre Butantan e Pfizer viabilizará produção da vacina contra o VSR no Brasil - Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
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O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (10) um acordo inédito de transferência de tecnologia entre o Instituto Butantan e a farmacêutica Pfizer para a produção nacional da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR). O imunizante será incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e estará disponível a partir da segunda quinzena de novembro, inicialmente para gestantes e bebês.

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A previsão é que 1,8 milhão de doses sejam entregues até o fim de 2024. “A vacina tem potencial para prevenir cerca de 28 mil internações por ano, oferece proteção imediata aos recém-nascidos e beneficiará aproximadamente 2 milhões de bebês nascidos vivos”, informou a pasta em comunicado.

Impacto na saúde infantil

O VSR é considerado uma das principais causas de infecções respiratórias graves em crianças. Segundo dados do ministério, o vírus responde por 80% dos casos de bronquiolite e por 60% das pneumonias em menores de dois anos. A cada cinco crianças infectadas, uma precisa de atendimento médico e, em média, uma em cada 50 acaba hospitalizada no primeiro ano de vida.

No Brasil, cerca de 20 mil bebês com menos de um ano são internados anualmente em decorrência da doença. Entre prematuros, o risco é ainda maior: a taxa de mortalidade é sete vezes superior à das crianças nascidas a termo.

A vacinação será feita em dose única para gestantes a partir da 28ª semana de gravidez. A estratégia é estimular a transferência de anticorpos da mãe para o bebê, garantindo proteção nos primeiros meses de vida, fase em que as complicações respiratórias são mais graves.

Avanço também no tratamento da esclerose múltipla

Além da vacina contra o VSR, o Brasil também passará a produzir o natalizumabe, medicamento biológico indicado para pacientes com esclerose múltipla na forma remitente-recorrente de alta atividade — que corresponde a 85% dos casos.

A produção será viabilizada por uma parceria de desenvolvimento produtivo (PDP) entre o Instituto Butantan e a farmacêutica Sandoz. O remédio já é ofertado no SUS desde 2020, mas atualmente depende de apenas um fabricante com registro no país.

A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central, atingindo principalmente adultos jovens entre 18 e 55 anos. A condição causa a desmielinização da bainha de mielina — responsável pela condução de impulsos elétricos —, comprometendo funções motoras e cognitivas.

Soberania sanitária

O Ministério da Saúde destacou que a ampliação da produção nacional de vacinas e medicamentos é fundamental para reduzir a dependência externa e garantir maior autonomia ao SUS. “A vulnerabilidade do país na oferta de insumos durante a pandemia de covid-19 e os recentes episódios relacionados à aplicação de tarifas abusivas às exportações brasileiras reforçam a importância da soberania do SUS para garantir o acesso da população a medicamentos e tratamentos”, avaliou a pasta.

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