O Brasil atingiu 82% de cobertura vacinal contra o Papilomavírus Humano (HPV) em meninas de 9 a 14 anos, superando a média global de 12%, segundo dados do Ministério da Saúde. O avanço faz parte do compromisso do país com a Organização Mundial da Saúde (OMS) de atingir 90% de imunização até 2030, dentro da meta de erradicação do câncer de colo de útero.
Além das meninas, a vacinação entre meninos de 9 a 14 anos também cresceu, saltando de 45,46% para 67,26% em dois anos. Para ampliar a cobertura, o Ministério da Saúde lançou campanhas de “resgate vacinal” para adolescentes de 15 a 19 anos, faixa que ainda apresenta baixa adesão, com apenas cerca de 106 mil jovens vacinados até 21 de agosto. Estados como São Paulo e Rio de Janeiro já iniciaram ações específicas para atingir esse público.
Especialistas destacam que a falta de informação e a complacência em relação a doenças são obstáculos à vacinação. Juarez Cunha, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), aponta a necessidade de campanhas educativas, horários estendidos e profissionais capacitados para esclarecer dúvidas.
O HPV é responsável por quase todos os casos de câncer de colo de útero e pode causar outros tipos de câncer em homens e mulheres. A vacinação é mais eficaz quando aplicada antes do início da vida sexual, por isso a faixa de 9 a 14 anos é priorizada. Desde 2014, o SUS distribuiu mais de 75 milhões de doses, com imunização em dose única adotada a partir de 2024.
O tema será debatido na Jornada Nacional de Imunizações, organizada pela SBIm, de 3 a 5 de setembro, em São Paulo. O Ministério da Saúde reforça parcerias com escolas, sociedades científicas e organizações civis para aumentar a adesão à vacina e combater a desinformação, alinhado à Política Nacional para Enfrentamento do HPV sancionada em julho.
