Grupo Feitosa de Comunicação
(67) 99974-5440
(67) 3317-7890
14 de dezembro de 2025 - 18h45
tjms
SAÚDE

Sífilis cresce entre gestantes e jovens no país

Mais de 810 mil casos em gestantes foram registrados nos últimos 20 anos; fatores assintomáticas dificultam prevenção e tratamento

14 dezembro 2025 - 10h30Agência Brasil
Transmissão vertical da Sífilis preocupa especialistas
Transmissão vertical da Sífilis preocupa especialistas - (Foto: Agência Brasil)

Dados do Ministério da Saúde divulgados em outubro de 2025 mostram que a sífilis segue em crescimento no Brasil, refletindo uma tendência mundial. Entre 2005 e junho de 2025, foram notificados 810.246 casos de sífilis em gestantes, sendo 45,7% na Região Sudeste, 21,1% no Nordeste, 14,4% no Sul, 10,2% no Norte e 8,6% no Centro-Oeste.

Canal WhatsApp

A taxa nacional de detecção atingiu 35,4 casos por mil nascidos vivos em 2024, evidenciando o aumento da transmissão vertical, quando a infecção passa da mãe para o bebê.

Segundo a ginecologista Helaine Maria Besteti Pires Mayer Milanez, membro da Comissão Nacional Especializada em Doenças Infectocontagiosas da Febrasgo, o controle da sífilis congênita é um desafio antigo no Brasil. Apesar de ser uma doença de diagnóstico e tratamento mais simples do que o HIV, o enfrentamento ainda é inadequado, especialmente entre mulheres jovens e fetos recém-nascidos.

Um problema recorrente é o subdiagnóstico: a interpretação incorreta dos exames de pré-natal, como o VDRL e testes treponêmicos, leva muitas gestantes a permanecerem infectadas. Além disso, a falta de tratamento adequado dos parceiros contribui para reinfecções e mantém o ciclo de transmissão.

A sífilis atinge principalmente pessoas entre 15 e 25 anos, que reduziram o uso de métodos de barreira, e a terceira idade, que voltou a ter vida sexual ativa com menor preocupação com prevenção. Mais de 80% das gestantes não apresentam sintomas, dificultando o diagnóstico precoce e aumentando o risco de sífilis congênita.

A doença apresenta fases assintomáticas que facilitam a transmissão silenciosa. Nos homens, a lesão primária pode desaparecer sem tratamento, mas a infecção persiste, mantendo o risco de transmissão à parceira. Nas mulheres, as lesões geralmente não são visíveis, passando despercebidas.

Com a aproximação do Carnaval, o risco de contágio aumenta, pois o uso de métodos de barreira é ainda mais negligenciado. Para o HIV, já existe a PrEP, disponível gratuitamente no SUS, mas para a sífilis, a prevenção depende principalmente de testagem adequada e tratamento de parceiros.

A ginecologista ressalta que, sem tratamento, a doença pode evoluir para a fase secundária, com manchas na pele, alopecia e condilomas planos. Em gestantes, a sífilis recente apresenta risco de acometimento fetal próximo de 100%, tornando o diagnóstico e o tratamento urgentes.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop