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19 de dezembro de 2025 - 20h36
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SAÚDE PÚBLICA

Impasse sobre o 13º salário mobiliza funcionários da Santa Casa de Campo Grande

Sem definição sobre o pagamento integral, trabalhadores se reúnem na segunda-feira (22) para decidir próximos passos

19 dezembro 2025 - 16h20Douglas Vieira
Trabalhadores do Hospital Santa Casa de Campo Grande poderão entrar em greve
Trabalhadores do Hospital Santa Casa de Campo Grande poderão entrar em greve - (Foto: A Crítica)

Funcionários da Santa Casa de Campo Grande convocaram uma assembleia continuada a partir das 7h da próxima segunda-feira (22) para discutir o pagamento do 13º salário. A reunião será realizada no saguão do térreo do hospital e deve reunir entre 300 e 400 trabalhadores da instituição.

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A mobilização ocorre após a Santa Casa informar que ainda não recebeu os recursos necessários para o pagamento integral do benefício, o que impossibilita a quitação do 13º neste momento. Diante da situação financeira apresentada pela instituição, a questão passou a ser debatida entre trabalhadores, sindicato, hospital e governo estadual.

Durante reunião realizada nesta manhã (19), foi informado que o Estado apresentou como alternativa o parcelamento do pagamento do 13º salário em três vezes, com previsão de parcelas nos meses de janeiro, fevereiro e março. A proposta, no entanto, gerou preocupação entre os funcionários.

Segundo o presidente do Sintesaúde/MS, Osmar Gussi, a categoria ainda vai deliberar oficialmente sobre a proposta durante a assembleia. “Os trabalhadores irão votar se aceitam ou não o parcelamento e, a partir disso, definir os próximos passos”, explicou.

De acordo com o sindicato, a tendência inicial é de resistência ao parcelamento, já que o 13º salário costuma ser utilizado para equilibrar o orçamento familiar no fim do ano, período marcado por aumento de despesas. A avaliação dos trabalhadores é que o pagamento integral neste momento é fundamental.

A situação também reflete um contexto mais amplo vivenciado pelos funcionários da Santa Casa. Uma profissional da instituição, que preferiu não se identificar, relatou dificuldades enfrentadas no dia a dia. “Há três anos não recebemos reajuste salarial e o custo de vida só aumenta. O parcelamento do 13º preocupa porque temos compromissos financeiros e famílias para sustentar”, afirmou.

Durante a assembleia, além da votação da proposta apresentada, os trabalhadores irão discutir possíveis encaminhamentos caso não haja um consenso. Entre as possibilidades está a paralisação das atividades, embora o sindicato evite, por enquanto, utilizar o termo greve.

A mobilização é tratada oficialmente como uma assembleia continuada, que poderá se estender até que haja uma definição sobre o pagamento do benefício. Segundo o Sintesaúde-MS, qualquer decisão será tomada de forma coletiva e comunicada com antecedência.

Mesmo diante da possibilidade de paralisação, o sindicato afirma que o atendimento aos pacientes será mantido. De acordo com Osmar Gussi, haverá organização dos serviços para garantir assistência aos internados e o funcionamento das áreas essenciais do hospital. “O paciente internado não será desassistido. O que haverá é um controle da assistência, respeitando os serviços essenciais”, explicou o presidente do sindicato.

O dirigente também ressaltou que a retomada integral das atividades ocorrerá assim que a situação do pagamento for resolvida. “Assim que o recurso estiver disponível e o pagamento for regularizado, os trabalhadores retornam normalmente”, afirmou.

Procurada, a Santa Casa informou que está em diálogo com a Federação dos Hospitais Filantrópicos e Beneficentes de Mato Grosso do Sul (FEHBESUL) sobre o tema, mas não se manifestou oficialmente até o fechamento desta matéria.

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