A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta nesta quarta-feira (8) sobre a proliferação de golpes envolvendo medicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras, nas redes sociais e em sites da internet.
Entre os produtos citados pela agência está o Mounjaro (tirzepatida), medicamento de uso restrito que vem ganhando popularidade como auxiliar no controle de peso e no tratamento do diabetes tipo 2.
De acordo com a Anvisa, criminosos estão utilizando falsos anúncios para atrair pacientes, prometendo o fornecimento de medicamentos com descontos expressivos ou até gratuitamente, supostamente por meio de programas do governo federal — tudo condicionado a um cadastro prévio em sites fraudulentos.
Falsos sites simulam visual da Anvisa
A agência reforça que não comercializa medicamentos, tampouco atua como intermediária em vendas. “Os anúncios são falsos. A Anvisa não comercializa qualquer medicamento ou serve de intermediária para a sua venda. Os anúncios simulam, inclusive, o site oficial da agência. O domínio gov.anvisa.org não pertence à agência”, alertou a entidade.
O golpe, segundo o comunicado, tenta dar aparência de legalidade ao simular elementos visuais e URLs semelhantes às do site oficial da Anvisa (que termina em “.gov.br”). O objetivo dos criminosos é coletar dados pessoais e financeiros das vítimas por meio de cadastros falsos.
A Anvisa também orienta que medicamentos só devem ser adquiridos em farmácias ou drogarias regularizadas, e mediante apresentação da receita médica, como é o caso das canetas emagrecedoras.
Produtos como Ozempic (semaglutida) e Mounjaro (tirzepatida), que têm ação sobre o receptor GLP-1, estão entre os mais visados pelos golpistas devido à alta demanda. Desde 2023, a agência exige retenção da receita médica no momento da compra desses medicamentos.
Recomendações ao público
A orientação é clara: não clicar em links suspeitos, não preencher cadastros fora de plataformas oficiais, e denunciar publicações irregulares. O canal de denúncias da Anvisa está disponível no portal da agência, assim como outras orientações de segurança sanitária e digital.
Com o aumento da procura por soluções rápidas para emagrecimento, especialmente nas redes sociais, o mercado paralelo desses medicamentos tem crescido, o que coloca em risco a saúde pública. Além dos golpes virtuais, há risco real de consumo de produtos falsificados ou sem controle de qualidade.
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) já rejeitou a inclusão das canetas emagrecedoras no sistema público de saúde, mas a Fiocruz anunciou recentemente um acordo para a produção nacional desses medicamentos, o que deve reduzir preços e ampliar o acesso regulado no futuro.
