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SAÚDE PÚBLICA

Cirurgia robótica para câncer de próstata terá cobertura obrigatória por planos de saúde

ANS aprova inclusão da prostatectomia radical robótica no rol de procedimentos obrigatórios; decisão entra em vigor em abril de 2026

10 dezembro 2025 - 16h35Andreza de Oliveira
ANS inclui cirurgia robótica para câncer de próstata no rol obrigatório dos planos de saúde a partir de 2026.
ANS inclui cirurgia robótica para câncer de próstata no rol obrigatório dos planos de saúde a partir de 2026. - (Foto: Imagem ilustrativa/A Crítica)

A partir de abril de 2026, os planos de saúde no Brasil serão obrigados a oferecer cobertura para a prostatectomia radical assistida por robô, procedimento considerado o mais avançado no tratamento do câncer de próstata. A decisão, anunciada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na última sexta-feira (5), representa um marco na incorporação de tecnologias cirúrgicas ao sistema de saúde suplementar brasileiro.

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Essa é a primeira cirurgia robótica incluída no rol de procedimentos de cobertura obrigatória por operadoras de planos de saúde. A medida segue a recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), divulgada em outubro deste ano.

A inclusão atende à legislação que determina a obrigatoriedade de extensão da cobertura suplementar a procedimentos já aprovados no SUS. Atualmente, o sistema público conta com 40 plataformas robóticas para realização desse tipo de cirurgia. No entanto, a ANS alerta para o desafio da interiorização da tecnologia, já que a maioria desses equipamentos está concentrada nas regiões Sul e Sudeste.

Mais precisão e menos sequelas - A cirurgia robótica tem se mostrado eficaz no tratamento do câncer de próstata, oferecendo benefícios em comparação aos métodos tradicionais. Entre as vantagens estão maior precisão no procedimento, menor sangramento, tempo reduzido de internação e melhores resultados funcionais para os pacientes.

A tecnologia também contribui para reduzir efeitos colaterais comuns nesse tipo de cirurgia. Dados citados pela ANS indicam que a taxa de incontinência urinária após a prostatectomia robótica varia de 2% a 3%, enquanto na cirurgia convencional chega a 5%. Além disso, há menor probabilidade de disfunção erétil, uma das complicações mais temidas entre os pacientes.

Para muitos homens, o avanço da cirurgia robótica representa uma alternativa menos invasiva e mais segura, com tempo de recuperação mais curto e melhor preservação da qualidade de vida.

O câncer de próstata é o tipo de tumor mais comum entre os homens no Brasil, com cerca de 70 mil novos diagnósticos por ano, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A doença está diretamente associada ao envelhecimento — a maioria dos casos ocorre após os 60 anos.

Infelizmente, cerca de 16 mil mortes anuais são registradas devido à doença, muitas delas causadas por diagnósticos em estágio avançado. A prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo os principais aliados no combate ao câncer de próstata.

O exame de PSA, feito por meio de uma simples coleta de sangue, e o exame de toque retal são os métodos indicados para detecção da doença. Homens a partir dos 50 anos devem iniciar o rastreamento preventivo — ou aos 45 anos, no caso de histórico familiar da doença.

Com a decisão da ANS, as operadoras de saúde terão até abril do próximo ano para se adequar às novas regras. A expectativa é que, com a ampliação do acesso à cirurgia robótica, mais pacientes possam se beneficiar do que há de mais moderno na medicina para tratar o câncer de próstata.

Especialistas defendem que a decisão também estimula o avanço tecnológico na saúde suplementar e contribui para diminuir desigualdades no acesso a tratamentos de alta complexidade.

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