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LEVANTAMENTO

Mais da metade das Unidades Básicas de Saúde no Brasil precisam de reformas, aponta Censo

Censo Nacional revela que 60% das UBS necessitam de melhorias estruturais e equipamentos essenciais para atender a população de forma adequada

30 julho 2025 - 15h50Layla Shasta
Mais de 60% das UBS precisam de reformas.
Mais de 60% das UBS precisam de reformas. - (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O Censo Nacional das UBS, realizado pelo Ministério da Saúde, apontou que 60% das Unidades Básicas de Saúde no Brasil precisam de reformas estruturais. O estudo, que envolveu cerca de 45 mil unidades da atenção primária à saúde (APS), revelou que mais de 27 mil delas enfrentam problemas significativos de infraestrutura, como danos em paredes, forros e instalações hidráulicas e elétricas.

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Entre os principais problemas relatados, 3.473 unidades necessitam de consertos nas paredes, 2.271 unidades têm problemas no forro, 1.974 unidades apresentam falhas nas instalações hidráulicas e 2.495, nas instalações elétricas. De acordo com Lígia Giovanella, pesquisadora da Fiocruz e coordenadora da Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde da Abrasco, “Segundo a percepção dos gestores que participaram do Censo, ainda há grande demanda por reformas e ampliações - e esse é um dado importante.”

Falta de Equipamentos

A falta de equipamentos é outra questão crítica. Apenas 9,1% das unidades de saúde possuem eletrocardiógrafos, aparelhos essenciais para a avaliação cardíaca de pacientes com hipertensão, diabetes e outras condições. Além disso, apenas 13,5% das UBS possuem carrinhos de parada cardíaca e 17,8% têm desfibriladores externos automáticos (DEA), fundamentais para a reanimação de pacientes com parada cardíaca súbita.

Lígia ainda observa que somente 18% das UBS têm a Tabela de Snellen, necessária para exames oftalmológicos. Ela enfatiza a importância da telessaúde para aumentar a capacidade resolutiva das UBS, afirmando que isso pode reduzir encaminhamentos e filas para a atenção especializada. “Isso aumenta a capacidade resolutiva da UBS, reduz encaminhamentos e filas na atenção especializada e melhora a qualidade do cuidado.”

Imunização

Outro dado preocupante diz respeito à vacinação. Embora 84,7% das unidades ofereçam vacinas, apenas 79,7% possuem uma sala exclusiva para vacinação, e apenas 64,5% mantêm salas de vacinação abertas por pelo menos 40 horas semanais, conforme as recomendações do Ministério da Saúde. A falta de geladeiras exclusivas para vacinas também é um problema: 55,3% das UBS não possuem esse equipamento, e apenas 38,4% contam com câmaras frias, o padrão recomendado para o armazenamento de imunizantes.

Lígia defende que “precisamos ter salas de vacinação exclusivas” para garantir a qualidade da imunização, já que as vacinas exigem temperaturas específicas para serem armazenadas adequadamente.

Investimentos

Para enfrentar esses desafios, o Ministério da Saúde anunciou que investirá R$ 7,4 bilhões até 2026. Parte dos recursos será direcionada à distribuição de 180 mil equipamentos, incluindo eletrocardiógrafos, câmaras frias para vacinas, desfibriladores externos automáticos (DEA), ultrassons portáteis e outros itens essenciais. O PAC Saúde também prevê a construção de 2.600 novas UBS em todo o Brasil.

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