Com forma bem parecida com a de uma borboleta, a glândula tireoide é localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo do Pomo de Adão (gogó). Reguladora da função de importantes órgãos como o coração, o cérebro, o fígado e os rins, ela interfere no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes; na regulação dos ciclos menstruais; na fertilidade; no peso; na memória; na concentração; no humor; e no controle emocional.
A Endocrinologista, Ana Carolina Wanderley Xavier, esclarece qual a origem dos problemas relacionados a tireoide, confira:
"A tireoide produz hormônios T3 e T4 que são importantes para o bom funcionamento de vários órgãos. Os problemas mais comuns são relacionados ao aumento (hipertireoidismo) ou diminuição (hipotireoidismo) da produção desses hormônios. A causa mais comum é auto-imunidade, ou seja, a produção de auto-anticorpos, substâncias que agridem a tireoide causando inflamação, e por consequência alteração na sua função", explica. "Outra situação bastante comum são os nódulos tireoidianos, que surgem por proliferação celular, e o grande problema nesse caso é a possibilidade de abrigar malignidade (câncer de tireoide)", alerta.
Dra. Ana explica que quando há produção de hormônios em excesso acontece o hipertiroidismo.
"No hipertireoidismo os sintomas mais comuns estão relacionados ao aumento do metabolismo de uma maneira geral: agitação, irritabilidade, emagrecimento, tremores, sensação de coração acelerado (palpitação), aumento do número das evacuações, insônia dentre outros."
Mas, se a produção de hormônios é insuficiente provoca o hipotireoidismo.
"Já no hipotireoidismo, os órgãos diminuem seu funcionamento e o paciente tem uma lentificação generalizada. Pode sentir cansaço, indisposição, tristeza, esquecimentos, dores pelo corpo, sonolência, intestino preguiçoso, pele seca, queda de cabelo e leve ganho de peso. Lembrar que nem sempre todos esses sintomas são encontrados, e variam de pessoa a pessoa. Nos pacientes portadores de nódulos, geralmente são assintomáticos pois o funcionamento da glândula na maioria das vezes está normal. O que o paciente pode sentir é rouquidão, dificuldade para engolir e até falta de ar."
O tratamento segundo a endocrinologista depende da alteração encontrada.
"No hipertireoidismo existem 3 modalidades de tratamento: medicamentos, iodoterapia e em algumas situações mais delicadas até cirurgia. Em nosso meio o mais comum é utilizarmos o medicamento metimazol, com o qual conseguimos o controle da doença em cerca de 1 ano. Já no hipotireoidismo está indicada a reposição com levotiroxina (T4). Atenção, de acordo com o consenso norte-americano e brasileiro de hipotireoidismo, não é indicada a reposição com T3, pois pode trazer riscos ao paciente, principalmente relacionados à parte cardiológica, reforçando, o uso de T3 está proscrito. No caso dos nódulos, esses devem ser bem avaliados com ultrassom e as vezes é necessário punção, com esses exames em mãos a conduta é definida e em algumas situações a cirurgia é indicada."
Algumas pessoas podem ter propensão a desenvolver problemas com a tireoide, Dra. Ana fala quem são:
"Tanto no hiper como no hipotireoidismo as mulheres são mais afetadas. Em ambos podem acometer todas as idades, no primeiro principalmente na 3 e 4 décadas de vida, no segundo é mais frequente em idosas. A história familiar é muito importante nos dois casos, acometendo vários membros da família. No passado era muito comum o hipotireoidismo por deficiência de iodo, após a inclusão do iodo no sal esse problema foi sanado em nosso país, não havendo indicação de sua reposição ou de seus derivados como o lugol. Em relação ao câncer de tireoide ele também é mais comum em mulheres mas quando presente em homens e em pacientes menores de 20 anos ou com idade superior a 70 anos é mais agressivo. Está associado a exposição à radiação e também tem predisposição quem possui um caso na família ou possui algumas síndromes genéticas específicas".
Serviço - O consultório da Dra. Ana Carolina Wanderley Xavier – Endocrinologista, está localizado no Edifício One Office, Rua 15 de Novembro 2550 sala 103 - Jardim dos Estados.
