
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), será oficialmente lançado como pré-candidato à Presidência da República em evento marcado para o dia 16 de agosto, em São Paulo. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (21) pelo partido Novo, que aposta no nome de Zema para representar a direita nas eleições de 2026.

De acordo com comunicado da sigla, o governador já comunicou sua intenção de disputar o Planalto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em reunião realizada na última semana. Bolsonaro, atualmente inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), teria recebido a notícia de forma favorável e incentivado a pré-candidatura.
“Bolsonaro recebeu a notícia de forma positiva e incentivou a pré-candidatura, destacando a importância de haver mais nomes da direita no primeiro turno”, informou o partido.
Zema entra na disputa e reforça palanque da direita
Com a decisão, Romeu Zema se torna o segundo nome da direita a anunciar pré-candidatura para o próximo pleito. Em abril, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), já havia sinalizado intenção semelhante. Outros nomes ligados ao campo bolsonarista, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também são cogitados nos bastidores como possíveis sucessores políticos do ex-presidente.
Bolsonaro, por sua vez, evita declarar apoio definitivo a qualquer um desses nomes, em meio às restrições jurídicas que o impedem de disputar cargos públicos até 2030. Ainda assim, sua influência continua central no cenário da direita brasileira, e qualquer candidato que deseje herdar seu capital político precisa do seu aval.
Críticas a Eduardo Bolsonaro e ao STF
Durante entrevista ao Estadão/Broadcast, concedida na última sexta-feira (18), Zema fez críticas diretas ao deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, por uma articulação com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que resultou na imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo o governador, essa ação criou um “problema” para o país e para a direita.
Na mesma ocasião, o ex-presidente Bolsonaro havia sido alvo de nova ação da Polícia Federal, que culminou na imposição de uso de tornozeleira eletrônica, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Zema também aproveitou para criticar a atuação do Supremo, especialmente após a decisão da Corte de restabelecer o decreto sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Para ele, o Judiciário age de forma alinhada ao governo federal. “É claramente um poder subserviente”, afirmou.
Cenário eleitoral se movimenta com lançamentos antecipados
O lançamento da pré-candidatura de Zema ocorre em meio a um momento de reconfiguração da direita, que busca nomes competitivos diante da inelegibilidade de Bolsonaro. A antecipação de candidaturas visa consolidar apoios e estrutura partidária com maior antecedência, em um cenário ainda incerto para 2026.
O partido Novo, que já havia adotado um discurso mais moderado em outras eleições, agora aposta em um perfil com maior alinhamento à direita tradicional e ao bolsonarismo, especialmente no campo econômico e na crítica às instituições.
Apoio de Bolsonaro pode definir rumos da corrida presidencial
Mesmo fora da disputa, Bolsonaro segue como figura decisiva na política brasileira. Seu apoio, ainda que informal, tende a influenciar a base conservadora e pode definir o desempenho de potenciais candidatos.
Zema, ao se antecipar e garantir o apoio do ex-presidente, busca ocupar um espaço estratégico no campo da direita. Com a chancela de Bolsonaro e posicionamentos firmes contra o STF e medidas econômicas do governo federal, ele se apresenta como uma alternativa com viabilidade eleitoral e experiência de gestão.
