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Presidente do PL em São Paulo e deputada federal, Carla Zambelli voltou a se manifestar publicamente — desta vez, por meio de uma carta escrita à mão enquanto cumpre prisão preventiva na Itália, aguardando extradição para o Brasil. No documento, direcionado “aos brasileiros”, a parlamentar diz estar de cabeça erguida e com a “consciência tranquila de alguém inocente”.

Zambelli também critica o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem chama indiretamente de “ditador”:
“Tenham força, fé e coragem. O Brasil é um país abençoado e nenhum ditador nos colocará de joelhos”, escreveu.

A publicação da carta foi feita pelo filho da parlamentar, João Zambelli, e posteriormente removida do Instagram. Segundo o advogado da deputada, Fábio Pagnozzi, a divulgação do conteúdo não deveria ter ocorrido, por conta de decisão judicial que impede a deputada de se manifestar, ainda que por meio de terceiros. A restrição foi determinada pelo STF, assim como a remoção dos perfis da deputada, do filho e da mãe, Rita Zambelli — todos, no entanto, continuam ativos com novos perfis nas redes sociais.
Prisão e extradição
Zambelli foi capturada no dia 29 de julho, em Roma, após permanecer foragida por dois meses. Ela foi condenada a 10 anos de prisão por envolvimento em um ataque hacker ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no qual foi incluído um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
Após ser detida, a parlamentar prestou depoimento às autoridades italianas e optou por seguir o trâmite formal de extradição — processo que pode levar meses ou até mais de um ano. Durante esse período, permanecerá presa por decisão da Justiça da Itália.
Cassação na Câmara em andamento
Enquanto aguarda a definição sobre seu retorno ao Brasil, o processo de cassação do mandato de Carla Zambelli avança na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados. O relator do caso, deputado Paulo Azi (União-BA), já prevê uma oitiva da parlamentar por videoconferência, além da convocação de testemunhas.
O caso ainda precisa ser avaliado pelo plenário da Câmara. Outra possibilidade é a perda automática do mandato, caso Zambelli ultrapasse o limite de faltas não justificadas nas sessões legislativas.
