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DENÚNCIAS

Vídeo: Reinaldo Azambuja comenta sobre denúncias de assédio sexual que pesam contra Marquinhos Trad

Durante lançamento do "Festival de Inverno", o governador reforçou que se trata de um "caso de Polícia e não de política"

28 julho 2022 - 15h25Da Redação
O governador Reinaldo Azambuja falando com a imprensa ontem (27)
O governador Reinaldo Azambuja falando com a imprensa ontem (27) - (Foto: Reprodução)

No evento de lançamento do "Festival de Inverno de Bonito", realizado ontem (27) no Bioparque Pantanal em Campo Grande, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) falou pela primeira vez sobre as denúncias de abusos sexuais que teriam sido cometidos pelo ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), que é pré-candidato ao Governo do Estado nas eleições deste ano. "Toda denúncia tem de ser investigada e isso não é um caso político, como estão dizendo, é um caso de Polícia. É dever da polícia apurar tudo que estão falando, o que existe no momento são denúncias, não é só uma, são várias mulheres que procuraram os canais da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), e a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher), para denunciar", declarou.

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Segundo o governador, diferentemente do ex-prefeito, seu Governo não faz julgamento antecipado de ninguém. "Quem condena, diferente do que já disse o próprio ex-prefeito, que nesses dias em uma reunião em um frigorífico falou que eu era corrupto e criminoso. Ele está equivocado, primeiro que eu não tenho nem um processo aberto contra qualquer ato que eu cometi nos meus 26 anos de vida pública, então, vamos esperar correr as investigações. Agora, todos os casos com criminosos que têm essas práticas sexuais – e a imprensa acompanhou as últimas envolvendo João de Deus (João Teixeira de Faria) e Abdelmassih (Roger Abdelmassih) – são parecidos, quando alguma mulher denuncia, encoraja as denúncias de outras mulheres", ressaltou.

Reinaldo Azambuja recorda que, desde a denúncia inicial, muitas mulheres procuraram, espontaneamente, os canais da Polícia para denunciar. "Agora, não vamos fazer julgamento, pois quem julga é a Justiça. Vamos esperar as apurações para que a Justiça possa dizer se ele é culpado ou inocente, mas não dá, também, para transformar essas mulheres, que são vítimas de estupro, assédio e de uma série de crimes nesse sentido, em pessoas que não têm qualificação. Não são poucas mulheres, estou dizendo a vocês que são inúmeras denúncias que todos os dias surgem pelos canais da Polícia Civil. Então, vamos aguardar a apuração, isso não é caso de política, é caso de Polícia e a Polícia de Mato Grosso do Sul vai apurar com todo o rigor as denúncias que foram feitas", assegurou.


O governador Reinaldo Azambuja falando com a imprensa

Sobre o fato de a defesa do ex-prefeito afirmar que pessoas ligadas ao Governo do Estado teriam pagado para que as mulheres fizessem as denúncias, o governador negou veementemente. "Isso não existe. O próprio Carlos Alberto Assis, que foi um dos apontados de ter feito isso, fez um boletim de ocorrência contra aquela mulher que disse que tinham oferecido recurso. Isso não existe, eu acho que vocês da imprensa devem conhecer o que tem nas denúncias das mulheres e falar com aquelas que procuraram a Polícia. Não foram três ou quatro, o número já ultrapassa de 10 mulheres que foram até a Polícia de forma espontânea", revelou.

Hoje, conforme Reinaldo Azambuja, são várias mulheres que acessaram o fone "disque denúncia" e marcaram agendas na Deam para fazer novas denúncias contra o ex-prefeito. "Nós não vamos julgar ninguém, a Polícia vai apurar os casos, agora, não dá para você querer politizar esse assunto. Existiu realmente uma troca de falas entre o secretário Carlinhos (Antônio Carlos Videira), e o ex-prefeito Marquinhos Trad. O secretário foi muito claro com ele na fala, pois o ex-prefeito estava atacando a Polícia de Mato Grosso do Sul. O secretário de Segurança defendeu os policiais de Mato Grosso do Sul, mas não tem nada de política nesse assunto, o que existe hoje são várias denúncias de mulheres que se dizem vítimas de assédio, de estupro, de uma rede de prostituição dentro do Paço Municipal e que merece a Polícia apurar com todo o rigor. Polícia não tem lado, nem lado A, nem lado B, o trabalho dela é apurar a veracidade das denúncias durante a investigação e encaminhar à Justiça para que condene ou absolva a pessoa denunciada", finalizou.

Entenda o caso - O ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, é investigado por assédio sexual e, até o momento, 11 mulheres (e o marido de uma delas) procuraram a Polícia Civil, que já abriu inquérito, que tramita na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), na capital do Estado. A defesa dele nega as acusações e está reunindo provas que confirmariam uma "armação" contra o pré-candidato a governador.

As vítimas têm entre 21 e 49 anos e os crimes estariam acontecendo desde 2005. A investigação foi aberta após as primeiras denúncias, feitas por quatro mulheres: duas de 32 anos, outra de 31 e uma mais jovem, de 21 anos. Das 4 já ouvidas pela delegada de Polícia Civil Maíra Pacheco Machado, apenas uma não teria mantido relações sexuais com o ex-prefeito da Capital. Depois delas, outras sete (e o marido de uma delas) também procuraram a Polícia para denunciar assédio sexual. Assista o vídeo onde o governador falou sobre o assunto com jornalistas:

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