
O jornal A Crítica continua com a rodada de entrevistas com os pré-candidatos à Prefeitura de Campo Grande, para ajudar o eleitor a conhecer melhor os nomes à disposição das siglas nas eleições de 2024.

O candidato à prefeitura de Campo Grande pelo PSOL, Luso Queiroz, afirmou que está buscando se diferenciar na corrida eleitoral com uma proposta de aproximação direta do povo ao poder público. Ele destacou a necessidade de inclusão de pessoas comuns na política municipal.
O candidato à prefeitura de Campo Grande pelo PSOL, Luso Queiroz
"Geralmente, temos os mesmos nomes: pessoas famosas, poderosas, ricas e com sobrenomes tradicionais. Precisamos também de pessoas comuns, mais simples e humildes, que andam de ônibus, tomam café no mercadão ou na padaria da esquina, que comem espetinho, tomam garapa e comem chips com café da manhã", afirmou Queiroz. Ele defende que os campo-grandenses precisam ser representados e ouvidos de forma mais efetiva.
Uma das principais bandeiras de Queiroz é a modernização da infraestrutura de Campo Grande. "Precisamos de um novo asfalto, de melhor qualidade, e de calçadas acessíveis que atendam às demandas atuais. Já temos um plano diretor que inclui calçadas arborizadas e vias com áreas verdes", explicou o candidato. Ele enfatizou a importância de restaurar monumentos históricos e de implementar um sistema de transporte eficiente, como o BRT, além de melhorar a distribuição de renda na cidade.
A saúde é uma prioridade no plano de governo de Queiroz. Ele mencionou as dificuldades enfrentadas pela população para conseguir atendimento no SUS e ressaltou a necessidade de investir significativamente no setor.
A saúde é uma prioridade no plano de governo de Queiroz
"Quero focar no SUS, especialmente no primeiro ano de administração, investindo entre R$ 50 a 100 milhões para reduzir a fila de espera, sabendo que há cirurgias pendentes há 15, 20, até 25 anos", disse Queiroz. Ele também reconheceu a diversidade dos problemas que a cidade enfrenta, como transporte, esporte, cultura, turismo e lazer noturno, destacando a importância de oferecer mais opções de lazer e segurança para os jovens.
O ambientalista expressou grande preocupação com as questões ambientais, apontando problemas como queimadas, assoreamento de córregos e rios, e desmatamento no Cerrado. "Minha luta ambiental visa preservar o que temos, expandir nas áreas necessárias e reflorestar onde foi destruído", afirmou. Ele criticou a perda de áreas verdes na cidade e propôs medidas para monitorar a qualidade do ar e da água, além de proteger a fauna nativa.
Queiroz se identifica como parlamentarista e criticou o sistema presidencialista. "Não confio no presidencialismo, pois vejo o parlamento, tanto no Brasil quanto no mundo, assumindo cada vez mais as funções do Executivo e do Judiciário. No entanto, vivemos sob o presidencialismo no Brasil, e os brasileiros nunca aceitaram outro sistema", ponderou. Ele ressaltou sua disposição em dialogar com parlamentares de diferentes partidos, desde que sejam comprometidos com Campo Grande.
O candidato que teve o seu nome oficializado na convenção no último dia 23, acredita que esta será uma eleição renovadora, especialmente por ser a primeira eleição municipal pós-pandemia. "Estamos voltando um pouco ao normal, embora ainda não seja completamente normal. A Covid-19 ainda está presente, e temos outras doenças em Campo Grande, especialmente respiratórias, que lotam os postos de saúde. Mas esta será uma eleição diferente", afirmou Queiroz. Ele espera repetir o sucesso das eleições passadas, onde candidatos com menos recursos financeiros, mas com apoio popular, conseguiram vencer.
Luso Queiroz defende a necessidade de acabar com a histórica briga entre Paço Municipal e Governadoria. "Essa disputa é antiga, remontando à década de 80 e se intensificando nos anos 90. Quero acabar com essa briga entre Paço Municipal e Governadoria", afirmou. Ele se apresenta como um candidato independente, sem apadrinhamento político ou financiamento de grupos poderosos, comprometido exclusivamente com a população de Campo Grande.
Queiroz se identifica como parlamentarista e criticou o sistema presidencialista
"Não sou apadrinhado por nenhum político tradicional, não tenho financiadores poderosos nem grupos influentes me apoiando. Entre todos os candidatos, sou o único comprometido diretamente com o povo de Campo Grande e posso governar sem beneficiar interesses poderosos. Entre os grandes e os titãs que estou enfrentando, sou o único que pode trazer paz à política de Campo Grande, pois meu compromisso é exclusivamente com o povo", revela.
Por fim, Queiroz enfatizou a união com sua vice, Lya Santos, e a importância da segurança pública. "Ela é servidora da Sejusp e mestre em segurança pública, sendo uma mulher valiosa para resolver os problemas de furtos na capital", destacou. Ele propôs um programa de monitoramento e uso da Guarda Municipal, em parceria com a Polícia Civil, para combater o roubo e a venda de produtos roubados, trazendo mais segurança para os trabalhadores e moradores da cidade. "A partir de janeiro do ano que vem, o trabalhador pode ter certeza de que vamos acabar com a pasta base na cidade e com os furtos", concluiu. Confira a entrevista no player abaixo:
