
O youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, causou grande repercussão com seu vídeo de 50 minutos sobre a "adultização infantil". O conteúdo, que já ultrapassou 31 milhões de visualizações desde sua publicação em 6 de agosto, expõe como influenciadores digitais exploram a imagem de crianças e adolescentes nas redes sociais. Além disso, o vídeo detalha como os algoritmos das plataformas amplificam esses conteúdos para públicos indesejados, incluindo pedófilos. O material ainda conta com a opinião de uma psicóloga especializada, alertando para os riscos dessa exposição.

A repercussão do vídeo teve impacto direto no cenário político. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que pautará propostas relacionadas ao tema. A declaração, feita nas redes sociais, foi respaldada por ministros do governo Lula, incluindo Gleisi Hoffmann e Jorge Messias.
O vídeo do @Felcca sobre a adultização das crianças chocou e mobilizou milhões de brasileiros.
— Hugo Motta (@HugoMottaPB) August 10, 2025
Esse é um tema urgente, que toca no coração da nossa sociedade.
Na Câmara, há uma série de projetos importantes sobre o assunto.
Nesta semana, vamos pautar e enfrentar essa discussão.…
Desde a publicação de Felca, ao menos 29 projetos de lei foram protocolados na Câmara dos Deputados, abordando principalmente a regulamentação da exposição de crianças nas redes sociais. Os projetos contam com apoio de parlamentares de diversas correntes políticas, incluindo partidos como PT, PL, PSOL, Republicanos, entre outros.
Importante a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta, de pautar os projetos de lei sobre crimes contra crianças por meio da internet. A denúncia do Felca, com enorme repercussão, ressalta também o acerto do STF ao responsabilizar as plataformas que permitem a ação desses…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) August 11, 2025
Uma das propostas mais avançadas foi aprovada no Senado em dezembro e busca combater a exploração sexual de menores no ambiente digital, além de estabelecer regras para o uso de redes sociais e jogos online por crianças e adolescentes. O autor do projeto é o senador Alessandro Vieira (MDB-SE).
O vídeo também gerou elogios de parlamentares de diferentes ideologias. A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) destacou a postura de Felca, enquanto o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) parabenizou o youtuber por abordar um tema sensível. Outros parlamentares, como Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Damares Alves (Republicanos-DF), reforçaram a importância de investigar e responsabilizar os responsáveis por explorar menores.
Agradeço ao Felca pela apuração que realizou sobre a exploração sexual infantil nas redes sociais e por sua postura ativa e cidadã de denunciar tudo à Polícia Federal.
— ERIKA HILTON (@ErikakHilton) August 8, 2025
Estou contatando a direção da PF para reforçar o perigo e o risco dos perfis denunciados e acionando a Justiça…
Felca mexeu no vespeiro. Na época da ilha do Marajó fiz um vídeo, arrecadamos muito pra ajudar e a mídia ficou literalmente calada sobre. Que Deus abençoe ele nessa jornada. Não será fácil. https://t.co/9TtuzWjFff
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) August 8, 2025
Em São Paulo, o deputado estadual Guto Zacarias (União-SP), ligado ao MBL, elogiou Felca por expor a exploração infantil, dizendo que muitos influenciadores optam por se omitir diante de problemas graves.
O vídeo também foi amplamente compartilhado no WhatsApp, alcançando grupos de todos os espectros políticos, com 39% das menções provenientes da direita, 11% da esquerda e 50% de grupos sem alinhamento claro. Esse fenômeno mostra que o tema da "adultização infantil" mobilizou um público amplo, além das tradicionais divisões políticas. Para os grupos de direita, o vídeo foi visto como uma defesa de valores morais, enquanto para a esquerda, a ênfase foi na proteção de direitos e na regulação digital.
A ampla repercussão do vídeo de Felca reflete um crescente interesse por políticas de proteção à infância no ambiente digital, e o debate sobre como as redes sociais podem influenciar negativamente a vida de crianças e adolescentes está longe de ser encerrado.
