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24 de dezembro de 2025 - 15h47
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POLÍTICA

Vander aciona PF após fala de 'extermínio' contra petistas

Deputado federal denuncia empresário que sugeriu matar filiados ao PT como Israel fez com o Hamas em comentário nas redes sociais

24 dezembro 2025 - 13h50Iury de Oliveira
Deputado federal Vander Loubet
Deputado federal Vander Loubet - (Foto: Reprodução)

Uma ameaça de “extermínio” direcionada a petistas nas redes sociais levou o deputado federal Vander Loubet (PT-MS), presidente estadual do partido, a procurar a Polícia Federal em Campo Grande. Na manhã desta quarta-feira (24), ele protocolou uma notícia-crime contra um empresário que defendeu, em comentário no Facebook, matar filiados ao PT usando como referência a ofensiva de Israel contra o grupo Hamas.

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O caso começou com a publicação de um produtor de conteúdo nas redes sociais. Nos comentários, o empresário escreveu uma mensagem em que fala em eliminar petistas, comparando-os a alvos de guerra. Em um trecho, ele diz ser preciso “exterminar, não abrem mão do cessar-fogo enquanto existir um desse respirando”.

Segundo o PT, a fala extrapola qualquer limite de crítica política. O comentário inclui ainda ameaças diretas: o empresário teria prometido morte a quem o desafiasse, o que acendeu o alerta na direção do partido.

Diante da gravidade do conteúdo, Vander Loubet decidiu formalizar a denúncia na esfera federal. A notícia-crime foi protocolada na sede da PF em Campo Grande e pede que o caso seja investigado.

No documento, o PT sustenta que a conduta do empresário não pode ser enquadrada como simples opinião. O partido afirma que se trata de discurso de ódio, ameaça coletiva e incitação à violência política contra um grupo específico, no caso, filiados e simpatizantes da sigla.

A legenda também aponta tentativa de deslegitimar instituições democráticas, citando ataques genéricos ao Poder Judiciário e à Suprema Corte feitos pelo mesmo autor. Para o partido, essas manifestações conjugadas reforçam o risco à convivência democrática e justificam a atuação da Polícia Federal.

Documento foi protocolado na sede da PF, em Campo Grande. (Arquivo Pessoal)Documento foi protocolado na sede da PF, em Campo Grande. (Arquivo Pessoal)

O texto entregue à PF afirma que há indícios suficientes para apuração de crimes que atentam contra a ordem política e a integridade de pessoas identificadas por sua orientação partidária.

Vander Loubet adiantou que outras medidas devem ser adotadas além da notícia-crime. Segundo o deputado, a defesa do partido estuda o ajuizamento de ações tanto na esfera criminal quanto na cível, com o objetivo de responsabilizar o autor das declarações.

O pedido apresentado à PF solicita que a notícia-crime seja aceita e que seja instaurado inquérito policial para identificar e enquadrar juridicamente as ameaças.

Para o parlamentar, o episódio ultrapassa o campo do debate político. “Divergência política se resolve com debate. Discurso de ódio e ameaça de morte não são opinião, são crime e precisam ser tratados como tal”, afirma Vander.

O episódio envolvendo a ameaça de “extermínio” não é isolado. No início do mês, em 7 de dezembro, a deputada estadual petista Gleice Jane registrou boletim de ocorrência após receber mensagens de ódio e ameaça de morte pelo celular.

Nas mensagens, o autor insulta a parlamentar e afirma diretamente: “Você vai morrer”. O caso foi registrado como violência política de gênero, mas, além de ataques pessoais, o agressor também questiona a orientação partidária de Gleice Jane, apontando novamente a motivação política por trás das ameaças.

Ameaças foram feitas nas redes sociais. (Reprodução)Ameaças foram feitas nas redes sociais. (Reprodução)

A sucessão de episódios envolvendo lideranças do PT em Mato Grosso do Sul reforça a preocupação do partido com o ambiente de hostilidade, especialmente nas redes sociais. Para dirigentes petistas, comentários que relativizam ou estimulam a violência contra adversários políticos ajudam a normalizar práticas que, no limite, colocam em risco a integridade física de parlamentares, militantes e simpatizantes.

Ao levar o caso para a Polícia Federal, Vander Loubet tenta dar um recado de que manifestações que defendem “extermínio” de grupos políticos não serão tratadas como simples exagero retórico. O objetivo, segundo ele, é reforçar que há consequências legais para quem transforma discurso político em ameaça explícita.

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