
No mais recente levantamento do instituto Novo Ibrape, encomendado pelo Campo Grande News, a prefeita Vanda Camilo (PP) e seu principal adversário, Rodrigo Basso (PL), estão tecnicamente empatados. A eleição de 2024, que até então parecia ser uma corrida previsível, está se revelando uma verdadeira disputa voto a voto. Vanda, que busca a reeleição, aparece com 38% das intenções de voto no cenário espontâneo, enquanto Rodrigo Basso vem logo atrás, com 36,2%. A diferença, mínima, está dentro da margem de erro. Mais do que uma campanha comum, o que se vê é um jogo de nervos.

Mas, como em toda eleição acirrada, os indecisos podem virar o jogo. E em Sidrolândia, eles são uma força a ser considerada: 25,8% dos eleitores ainda não sabem em quem votar. É como se o futuro da cidade estivesse nas mãos daqueles que ainda não decidiram, os espectadores dessa disputa cada vez mais equilibrada.
O jogo da percepção - O que torna essa eleição mais curiosa é que, em um ambiente onde os números já estão tão próximos, a percepção dos candidatos, tanto sobre si quanto sobre os adversários, pode definir o resultado. Na pesquisa estimulada, onde os nomes dos candidatos são apresentados diretamente aos eleitores, Vanda Camilo lidera com 44,2%, e Rodrigo Basso vem colado com 41,8%. Em termos práticos, a diferença é quase irrelevante.
Nesse duelo, os pequenos detalhes são cruciais. Uma palavra mal colocada, uma promessa que não convence ou até uma foto que não viraliza da forma esperada podem mudar o rumo das coisas. Enquanto Vanda tenta capitalizar sobre seu mandato atual, Rodrigo Basso aposta no desgaste natural de quem está no poder.
O terceiro candidato na disputa, Luiz Leme (DC), parece estar mais para figurante do que para protagonista. Com apenas 0,4% das intenções de voto, sua participação tem mais impacto na estatística de rejeição — onde ele lidera com 24% — do que na corrida de fato.
O peso da rejeição - Em uma eleição tão apertada, o índice de rejeição pode ser tão relevante quanto a popularidade. Segundo o levantamento, Vanda Camilo não é uma unanimidade. Cerca de 21,4% dos eleitores afirmam que não votariam nela de jeito nenhum. Rodrigo Basso, por sua vez, parece ter um pouco mais de espaço para manobra, com uma rejeição de 19,6%. Isso significa que, embora tecnicamente empatados nas intenções de voto, o eleitorado que se recusa a apoiar Vanda é ligeiramente maior. Se isso vai ou não fazer diferença nas urnas, ainda não se sabe.
A aprovação de Vanda: bônus ou ônus? E o que dizer da atual gestão? Para Vanda Camilo, a avaliação de seu mandato pode ser tanto uma âncora quanto uma tábua de salvação. Sua administração é vista de maneira positiva por 41,6% dos eleitores, o que parece um número relativamente bom. No entanto, quando se observa os detalhes, há uma nuance importante: apenas 10,4% consideram sua gestão “ótima”, enquanto a maioria a avalia como apenas “boa” (31,2%) ou “regular” (35%). Do outro lado, 23,4% a classificam como “ruim” ou “péssima”, o que significa que há um contingente significativo de eleitores que não está satisfeito.
Nesse cenário, Vanda precisa conquistar os indecisos e, ao mesmo tempo, conter o avanço de Basso, que, mesmo sendo o adversário, carrega menos rejeição entre os eleitores.
Quem é o eleitor de Sidrolândia? Para entender o contexto da eleição, é importante observar quem são os eleitores que moldarão o futuro da cidade. A pesquisa ouviu 500 pessoas, com uma margem de erro de 4,3% e intervalo de confiança de 95%. A amostra é uma representação quase cirúrgica do eleitorado de Sidrolândia: 51,4% são mulheres, e 48,6% homens. O grupo mais presente entre os entrevistados tem entre 25 e 34 anos, uma faixa etária que representa 20,8% do total. A educação também varia: 40% dos eleitores possuem ensino médio completo, enquanto 37,6% concluíram apenas o ensino fundamental. Em termos de renda, 34,4% recebem entre 2 e 5 salários mínimos, o que coloca boa parte da população em uma classe média mais baixa.
Esses dados revelam um eleitorado diversificado, mas com um padrão predominante de jovens adultos com ensino médio e renda limitada. Para Vanda e Basso, a estratégia de campanha precisa mirar exatamente nesse público, que, na prática, pode ser o fator decisivo para definir o próximo prefeito ou prefeita da cidade.
O futuro de Sidrolândia está em jogo - Em um cenário onde a diferença entre vitória e derrota pode ser mínima, o que está em jogo é o futuro de uma cidade de 60 mil habitantes, que vive a expectativa de ver seu destino decidido por uma margem de votos que pode caber em uma sala de aula. A pesquisa, registrada sob o número MS-09755/2024 no TSE, aponta um empate técnico que pode se estender até o último minuto.
