
O Conselho de Ética do União Brasil aprovou nesta terça-feira (25), por unanimidade, a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, dos quadros do partido. A decisão foi tomada durante reunião virtual do colegiado e será encaminhada ao setor executivo da legenda, responsável por oficializar a saída e cancelar sua filiação partidária.
A medida ocorre após Sabino optar por permanecer na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contrariando a orientação partidária, que havia exigido sua saída do governo federal. A legenda informou também que o diretório regional do partido no Pará, estado de origem de Sabino, será dissolvido, e uma comissão provisória será nomeada para substituí-lo.
De acordo com nota divulgada pelo União Brasil, tanto o ministro quanto seu advogado participaram da reunião. O partido reforça que a decisão ainda precisa ser ratificada pela Executiva Nacional, em encontro previsto para ocorrer até o dia 8 de dezembro, conforme estabelece o estatuto partidário.
A crise entre Sabino e o União Brasil se arrasta desde setembro, quando o partido impôs um ultimato para que ele deixasse o Ministério do Turismo. O ministro chegou a anunciar sua saída, mas recuou e confirmou que seguiria no cargo. Desde então, aumentaram as pressões internas por sua expulsão.
Em declarações recentes, Sabino negou qualquer irregularidade e afirmou que sua permanência no governo tem base em resultados positivos obtidos pela pasta. “Eu não fiz nada, não devo nada para ninguém. Estou aqui de cabeça erguida, com sentimento de dever cumprido pelos resultados que entregamos, por essa COP que está deixando um grande legado para a cidade de Belém e para o povo do Brasil como um todo. Sigo firme, de peito aberto”, afirmou o ministro.
A decisão de expulsar Sabino marca o endurecimento da postura do União Brasil, que tenta reposicionar-se politicamente como uma força de oposição mais coesa ao governo federal. A permanência do ministro no cargo vinha sendo vista como um foco de contradição dentro da sigla, que busca unificar seu discurso à medida que se aproxima o ano eleitoral de 2026.
Sabino, por sua vez, ainda não comentou oficialmente a decisão do Conselho de Ética após a reunião, mas interlocutores indicam que ele deve seguir à frente do ministério enquanto tiver respaldo do Palácio do Planalto.


