
O União Brasil convocou para a próxima quarta-feira (8) uma reunião da Executiva Nacional com objetivo de decidir pela expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, acusado de "reiterada infidelidade partidária". O anúncio foi feito neste domingo (5) pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, um dos principais nomes da legenda.

Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Caiado afirmou que a decisão foi tomada em articulação com o presidente nacional do partido, Antonio Rueda. A crise interna se intensificou nas últimas semanas após o ministro contrariar a diretriz do União Brasil, que orientou seus filiados a deixarem todos os cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Após tratativas com o presidente Antonio de Rueda, comunico que está decidida a realização, na próxima quarta-feira, dia 08/10, de reunião da Executiva Nacional do União Brasil para decidir a expulsão do deputado Celso Sabino por reiterada infidelidade partidária”, publicou o governador.
Dissolução do diretório do Pará
Além da possível expulsão, o União Brasil também pretende dissolver o diretório estadual do Pará, atualmente comandado por Sabino. A legenda deseja reorganizar sua estrutura local com dirigentes que sejam contrários à atual gestão federal.
“Na ocasião, também decidiremos a dissolução do Diretório do Pará, com a consequente reestruturação do partido nos municípios daquele Estado, a fim de que o União Brasil seja comandado por quem realmente se posiciona contra o Governo do PT e luta contra a venezuelização do nosso País”, acrescentou Caiado.
Sabino resiste à decisão do partido
Mesmo diante da pressão, Celso Sabino ainda não deixou o cargo de ministro do Turismo. Embora tenha apresentado pedido de demissão ao presidente Lula há duas semanas, teria acertado que sairia apenas após uma viagem oficial ao Pará. A agenda foi cumprida, mas a saída ainda não foi formalizada.
Segundo apurou o Estadão/Broadcast, Sabino decidiu continuar no ministério, desafiando a ordem da cúpula do partido. A resistência do ministro acirrou o impasse interno e ampliou a possibilidade de um rompimento definitivo entre ele e o União Brasil.
A permanência de Sabino no governo Lula é considerada insustentável por lideranças partidárias, que defendem o alinhamento total com a oposição. O União Brasil, que surgiu da fusão entre DEM e PSL, vive um momento de realinhamento estratégico em relação ao governo federal, com alas internas pressionando por maior distância do Planalto.
