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NACIONAL

Disputa por cargos expõe embate entre União Brasil e PT no governo Lula

Demissões e trocas em estatais refletem crise política entre aliados, enquanto Planalto usa estrutura para negociar apoio de olho em 2026

5 novembro 2025 - 10h15Vera Rosa
Troca de cargos em estatais escancara crise entre União Brasil e PT, enquanto Lula tenta reorganizar base para 2026.
Troca de cargos em estatais escancara crise entre União Brasil e PT, enquanto Lula tenta reorganizar base para 2026. - (Foto: Divulgação)

A tensão entre o União Brasil e o PT nos bastidores do governo federal vem se intensificando com a troca de cargos estratégicos em órgãos públicos. O movimento ganhou força após o Palácio do Planalto iniciar uma série de demissões de indicados políticos que se afastaram da base de apoio no Congresso, medida vista como retaliação direta a votos contrários ao governo.

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Entre os afetados estão aliados de parlamentares do União Brasil, PP, PSD e MDB, partidos do chamado Centrão, que contribuíram para a queda da Medida Provisória 1303. A MP, considerada essencial pela equipe econômica, buscava alternativas à elevação do IOF. Desde então, estima-se que cerca de 100 nomeações tenham sido canceladas ou revistas em bancos públicos, estatais e superintendências federais.

Um dos focos da disputa agora é o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), estatal vinculada ao Ministério da Fazenda. A presidência da empresa, hoje ocupada por Alexandre Amorim — indicação do PT de São Paulo —, pode mudar de mãos. O nome do momento é Wilton Mota, atual diretor de operações e apadrinhado pela senadora Professora Dorinha (União Brasil-TO). A movimentação fortalece o Centrão na máquina federal e evidencia a perda de espaço do PT em algumas áreas do governo.

Além de gerenciar sistemas estratégicos, o Serpro terá papel central na implantação da nova estrutura tributária, prevista para testes já a partir de janeiro de 2026.

Ministro do Turismo resiste à pressão do partido - Outro exemplo da crise interna é o impasse em torno do ministro do Turismo, Celso Sabino, também do União Brasil. Ele se recusa a deixar o cargo mesmo com a pressão da cúpula da legenda, que chegou a abrir processo de expulsão contra ele. Sabino sustenta que tem compromissos administrativos a cumprir e que não se pode tratar a gestão pública como uma disputa informal.

“Estamos falando de ministério, não de uma quitanda da esquina. Há projetos em andamento”, afirmou o ministro. Apesar de o orçamento do Turismo estar na casa dos R$ 3,5 bilhões — menor que o do Serpro —, o cargo representa influência direta na estrutura do governo.

Na outra ponta, a ala do União Brasil vinculada ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), permanece com força no governo. Indicados por ele continuam no comando de ministérios e estatais, como a Codevasf e os Correios. Alcolumbre é visto como peça-chave para a articulação política do Planalto no Congresso.

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