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POLÍTICA

Lula alerta que Congresso pode aprovar anistia dos atos de 8 de Janeiro

Presidente diz que extrema-direita ainda tem força no Parlamento e que pressão popular será decisiva

4 setembro 2025 - 13h05Gabriel Hirabahasi
Em Belo Horizonte, Lula fala sobre risco de anistia aos atos de 8 de Janeiro e defende mobilização popular
Em Belo Horizonte, Lula fala sobre risco de anistia aos atos de 8 de Janeiro e defende mobilização popular - Foto: Fred Magno/O Tempo
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Durante encontro com comunicadores e ativistas do Aglomerado da Serra, maior favela de Belo Horizonte (MG), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alertou que uma eventual votação no Congresso Nacional sobre anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro "corre o risco de ser aprovada". A fala foi transmitida ao vivo nesta quinta-feira (4), pela página do presidente no Instagram.

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A declaração de Lula surgiu como resposta espontânea após um dos participantes do encontro gritar "sem anistia" durante o evento. O presidente havia acabado de criticar a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos, onde o parlamentar tem articulado contra o governo brasileiro.

“Se for votar no Congresso, corremos o risco de (ter aprovada a) anistia. O Congresso não é eleito pela periferia. O Congresso tem ajudado o governo, mas a extrema-direita tem muita força ainda. É uma batalha que tem que ser feita pelo povo”, disse Lula.

Democracia e soberania nacional

A fala do presidente reforça seu discurso em defesa da democracia e da soberania nacional — temas que foram centrais durante a campanha presidencial de 2022. Lula destacou que o Brasil vive um momento estratégico para consolidar essas bandeiras.

“Penso que temos oportunidade histórica de consolidar o País como democrático, soberano, que tem como único mandante o seu povo. Ninguém pode meter o bedelho no nosso País, e a democracia é extremamente importante, embora muitas vezes a gente não veja o efeito”, afirmou.

Lula também enfatizou que é preciso ampliar a politização das comunidades, especialmente nas periferias, e encorajou os participantes a criticarem o governo federal sempre que necessário. “Estamos vivendo momento delicado, precisamos politizar nossas comunidades. Se estiver errado, tem que meter o cacete mesmo”, declarou.

Comunicação como instrumento de mobilização

O presidente também destacou o papel estratégico da comunicação popular e defendeu que os comunicadores das favelas e periferias devem atuar como agentes políticos. “Vocês têm que aprender a cobrar os prefeitos também. Não é só o governo federal que precisa ser cobrado”, afirmou.

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, também participou do encontro e fez uma breve intervenção sobre o papel da população no acompanhamento da gestão pública. Ela ressaltou que os dados sobre aplicação de recursos públicos estão disponíveis na plataforma ComunicaBR.

“A comunicação não é só a que a Secom faz, é o que cada um faz. Temos de ser os comunicadores do governo. Se dependermos só da Secom ficar fazendo vídeo no Instagram, não vai funcionar. Precisamos voltar a fazer o boca a boca que nem 20 anos atrás”, afirmou Janja.

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