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RELAÇÕES INTERNACIONAIS

EUA reagem à condenação de Bolsonaro e chamam Moraes de violador de direitos humanos

Governo norte-americano critica decisão do STF e diz que julgar ex-presidente agrava crise nas relações entre os dois países

12 setembro 2025 - 13h45Pedro Lima
Condenação de Bolsonaro gera críticas de autoridades dos EUA e amplia tensão com o STF
Condenação de Bolsonaro gera críticas de autoridades dos EUA e amplia tensão com o STF - Reprodução: Youtube/Silas Malafaia
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A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) segue gerando repercussões internacionais. Nesta sexta-feira (12), o governo dos Estados Unidos voltou a se manifestar sobre a decisão que apontou Bolsonaro como culpado por tentativa de golpe de Estado. O subsecretário de Diplomacia Pública norte-americano, Darren Beattie, classificou o julgamento como parte de um “complexo de perseguição e censura” liderado pelo ministro Alexandre de Moraes.

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Em publicação no X (antigo Twitter), Beattie afirmou que Moraes, que presidiu o julgamento na Primeira Turma do STF, é um “violador de direitos humanos sancionado” e que teria Bolsonaro e seus apoiadores como alvos diretos. A mensagem foi compartilhada pela Embaixada dos EUA no Brasil, ampliando o alcance institucional da crítica.

“Vamos encarar esse sombrio desdobramento com a máxima seriedade”, concluiu o subsecretário, em tom de alerta diplomático.

Sancionado pelos EUA

No fim de julho, Alexandre de Moraes foi oficialmente incluído na lista de sanções do Departamento do Tesouro dos EUA, por meio da Lei Global Magnitsky — instrumento legal que permite a aplicação de sanções contra indivíduos acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos.

A medida, inédita em relação a um ministro da Suprema Corte brasileira, intensificou o atrito entre Washington e Brasília, especialmente entre os setores conservadores dos dois países.

Trump chama julgamento de “terrível”

O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também criticou duramente a condenação. Em declaração à imprensa, disse estar “muito descontente” com o resultado do julgamento e afirmou que “é muito ruim para o Brasil”.

Trump aproveitou a oportunidade para elogiar pessoalmente o ex-presidente brasileiro. “Sempre o achei muito íntegro, muito notável. É um bom homem e um bom governante”, afirmou.

Questionado sobre a possibilidade de impor novas sanções ao Brasil por causa do caso, Trump não respondeu diretamente, mas sinalizou que acompanha o tema com atenção.

Outras autoridades reforçam críticas

A reação institucional americana não se limitou ao presidente. O secretário de Estado, Marco Rubio, foi ainda mais enfático ao chamar o julgamento de “caça às bruxas” e dizer que os EUA reagirão “adequadamente” ao que considera uma perseguição política.

“As perseguições políticas do violador de direitos humanos sancionado Moraes continuam, já que ele e outros membros do Supremo decidiram injustamente prender Bolsonaro”, escreveu Rubio em suas redes sociais.

O subsecretário de Estado, Christopher Landau, também fez duras críticas à condução do caso, afirmando que as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos vivem o “ponto mais sombrio em dois séculos”. Para ele, enquanto o destino da política brasileira estiver “nas mãos do ministro Moraes”, não haverá saída para a crise.

Crise diplomática em construção

A postura do governo dos Estados Unidos marca um afastamento das tradicionais declarações neutras em relação às instituições brasileiras. Com declarações públicas envolvendo membros da Suprema Corte, o clima entre os dois países se torna cada vez mais tenso.

A condenação de Jair Bolsonaro no inquérito da tentativa de golpe, com placar de 4 a 1 na Primeira Turma do STF, já vinha sendo observada de perto por lideranças internacionais. Agora, a possibilidade de novos desdobramentos, como sanções econômicas ou isolamento diplomático, entra no radar de analistas e diplomatas.

Ainda não há manifestação oficial do governo brasileiro sobre as críticas dos norte-americanos.

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