Na próxima segunda-feira (24), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) promove o evento “Democracia: substantivo feminino”, um debate público sobre a baixa presença de mulheres em espaços de poder no Brasil. A iniciativa ocorre em meio à expectativa sobre a escolha do sucessor de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF), o que reacende a discussão sobre representatividade feminina nas mais altas instâncias do Judiciário.
A ministra Cármen Lúcia, atual presidente do TSE e única mulher na composição atual do STF, fará a abertura do encontro às 9h30, no Auditório 1 da sede do TSE, em Brasília. Embora já tenha defendido publicamente o aumento da presença feminina no Supremo, ela tem evitado comentar diretamente a possível indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, cotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar a vaga de Barroso.
Com entrada aberta ao público, o evento contará com uma série de rodas de conversa e painéis que reúnem mulheres de diferentes áreas de atuação para discutir os desafios da equidade de gênero na política, no mercado de trabalho e na sociedade.
Às 10h, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, participa de uma roda de conversa sobre preconceitos e ações afirmativas ao lado da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) e da jornalista Flávia Oliveira.
À tarde, a partir das 14h, a presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano, divide espaço com a atriz Maria Ribeiro e a cantora Fafá de Belém em um painel sobre “democracia e violências”, discutindo as múltiplas formas de exclusão enfrentadas por mulheres em diferentes esferas sociais.
Fechando a programação, às 16h, a atriz Denise Fraga, a presidente da Rede Sarah de Hospitais, Lúcia Braga, a jornalista Basília Rodrigues e a líder indígena Thaís Pitaguary discutem o tema “Consenso de gerações: democracia e liberdade sem idade – passado, presente e futuros”.
Apesar de avanços pontuais, a presença de mulheres em cargos de alta decisão continua limitada no Brasil. O evento proposto pelo TSE tem como foco não apenas destacar a importância da participação feminina, mas também oferecer espaço para a escuta, o protagonismo e a troca de experiências entre lideranças femininas.
O debate também reforça a necessidade de ações estruturais para corrigir desigualdades históricas, inclusive dentro do próprio sistema político e judiciário, onde a paridade de gênero ainda é uma meta distante.
