
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) que aplicará tarifas de 50% sobre os produtos importados do Brasil, com início a partir de 1º de agosto de 2025. Essa decisão ocorre em meio a uma crescente tensão diplomática e comercial entre os dois países, motivada por questões internas brasileiras.

A medida foi justificada principalmente por Trump como resposta ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ao qual ele se referiu como uma figura “altamente respeitada no mundo”, e à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) contra empresas de tecnologia americanas. Trump também criticou a postura do STF, referindo-se às ações como uma "caça às bruxas", e instou para que as investigações contra Bolsonaro sejam encerradas.
Em sua justificativa, Trump declarou que a relação comercial entre os dois países tem sido “injusta” e citou o uso de "barreiras tarifárias e não tarifárias" pelo Brasil, que dificultam o comércio entre as nações. O presidente também sugeriu que, caso o Brasil aumente suas tarifas, qualquer porcentagem adicional será somada ao valor da nova alíquota.
Além disso, Trump anunciou que será aberta uma investigação formal sobre o Brasil. A ação foi desencadeada pelas alegações de ataques contra o comércio digital de empresas dos EUA e outras práticas comerciais que, segundo o presidente, são desleais. O representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, foi incumbido de iniciar a investigação sob a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que permite aos EUA reagirem contra práticas prejudiciais ao seu comércio.
Carta foi direcionada ao presidente Lula - (Foto: Reprodução)
Polêmica sobre a atuação do STF e críticas a Bolsonaro - A medida de Trump ocorre após várias declarações de apoio a Bolsonaro, especialmente nas últimas semanas. Trump repetiu em suas redes sociais que as investigações contra o ex-presidente brasileiro são "ataques políticos". Segundo ele, as ações judiciais no Brasil contra Bolsonaro configuram uma atitude “terrível”.
Essa postura provocou respostas de autoridades brasileiras, como do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que reafirmou a soberania do Brasil, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que expressou incertezas sobre a efetividade das tarifas e mencionou a necessidade de um trabalho técnico com os EUA para resolver o impasse.
O anúncio de Trump não se limita apenas ao Brasil. Além das novas tarifas, ele revelou que mais cartas serão enviadas a outros países parceiros comerciais. Na mesma data, foram impostas tarifas adicionais de 30% sobre produtos do Sri Lanka e outros países também estão sob análise, como Argélia, Filipinas, Líbia, Iraque, Moldávia e Brunei.
Além disso, Trump confirmou que outros países como Japão e Coreia do Sul, também receberam notificações de alíquotas, elevando a pressão sobre diversas nações, enquanto ele reforçou seu bom relacionamento com a China, país com o qual os EUA também impuseram tarifas nos últimos anos.
Com a tensão crescente nas relações comerciais, o Brasil se prepara para possíveis negociações. O governo de Lula afirmou que o foco é evitar a escalada da crise e buscar soluções diplomáticas para garantir que as tarifas sejam minimizadas ou suspensas.
Ainda não se sabe como o Brasil responderá a essas novas medidas, mas o governo brasileiro já se colocou à disposição para dialogar com os EUA e buscar alternativas para resolver as disputas comerciais sem comprometer as relações bilaterais.
