
Durante reunião de gabinete realizada nesta terça-feira (26), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que pretende instituir a pena de morte obrigatória para assassinos condenados na capital federal, Washington, D.C. A proposta, segundo o republicano, tem como objetivo endurecer o combate à criminalidade na região, que ele classificou como "fora de controle".

"Se alguém matar alguém na capital, vamos buscar a pena de morte. Não sei se as pessoas estão prontas para isso, mas não temos outra escolha", disse Trump, em discurso transmitido pela Casa Branca.
O presidente norte-americano também sugeriu que outras cidades poderão seguir o mesmo caminho, caso suas administrações municipais considerem necessário. A decisão, segundo ele, caberia aos próprios governos locais.
Criminalidade em foco
Trump tem adotado uma retórica cada vez mais agressiva contra a criminalidade, especialmente em regiões governadas por adversários políticos. Em sua fala, o presidente alegou que Washington, D.C., enfrentava o "pior nível de criminalidade da história", antes de sua suposta intervenção federal.
Ele também mencionou as cidades de Chicago e Baltimore como os "piores lugares dos Estados Unidos" no que diz respeito à segurança pública. Em tom de ameaça, afirmou que poderia enviar tropas federais para controlar a criminalidade nessas regiões.
"Dizem que sou um ditador, mas não sou um ditador, só combato o crime", declarou Trump, tentando afastar críticas sobre autoritarismo.
Medida controversa
A proposta de pena de morte em Washington promete gerar forte debate jurídico e político nos EUA. A capital federal é um distrito autônomo que aboliu a pena de morte em 1981. Reintroduzir essa punição dependeria de mudanças legislativas profundas e enfrentaria resistência de organizações de direitos humanos, juristas e parte do Congresso norte-americano.
Mesmo dentro do próprio Partido Republicano, há divergências sobre o retorno da pena capital, especialmente diante de estudos que mostram ineficiência da medida na redução de crimes violentos e os riscos de execução de inocentes.
Tensão eleitoral
As falas de Trump ocorrem em meio ao calendário eleitoral de 2025, no qual ele busca reeleição e tem usado segurança pública como bandeira política, explorando o sentimento de insegurança em centros urbanos. Ao acenar para o endurecimento das leis, tenta mobilizar sua base mais conservadora e marcar posição contra administrações locais democratas.
Reação esperada
A proposta deve mobilizar a oposição e setores da sociedade civil, tanto nos EUA quanto em fóruns internacionais. A tendência é que o anúncio provoque reações contrárias de organizações de direitos civis, juristas e políticos progressistas.
Até o fechamento desta reportagem, a prefeitura de Washington e os governos de Chicago e Baltimore ainda não haviam se pronunciado sobre as declarações do presidente.
