
Em uma medida controversa, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (24) a formação de uma força-tarefa para investigar o ex-presidente Barack Obama. A ação se baseia em acusações feitas por Tulsi Gabbard, diretora de inteligência do governo Trump, que acusa Obama de “conspirar para trair a nação” ao sugerir que houve interferência russa nas eleições de 2016.

Gabbard alegou que Obama e sua equipe utilizaram informações falsas para criar uma narrativa de conluio entre a campanha de Trump e a Rússia, visando minar a legitimidade da vitória do republicano sobre Hillary Clinton. Segundo ela, isso configuraria uma tentativa de golpe orquestrada para desestabilizar a presidência de Trump.
A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, afirmou que a investigação será conduzida com seriedade e "sem descartar nenhuma pista", após Gabbard abrir arquivos secretos revelando o envolvimento de altos funcionários do governo Obama na suposta manipulação do processo eleitoral.
Senadores republicanos, como Lindsey Graham e John Cornyn, também se manifestaram pedindo a nomeação de um procurador especial para conduzir as investigações, afirmando que a atuação de Obama violaria princípios democráticos e constitucionais, caracterizando abuso de poder.
Enquanto isso, o gabinete de Obama refutou as acusações, chamando-as de “ultrajantes” e “ridículas”, e afirmou que o governo do ex-presidente sempre agiu dentro dos limites da lei.
Imunidade presidencial e obstáculos legais
A criação dessa força-tarefa pode enfrentar obstáculos significativos devido a uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que concede ampla imunidade a presidentes, seja enquanto estão no cargo ou após deixarem a presidência, o que dificulta investigações criminais relacionadas aos atos presidenciais.
No entanto, vários ex-funcionários do governo Obama podem se tornar alvos mais fáceis da investigação. Entre eles estão James Clapper, ex-diretor de inteligência nacional; John Brennan, ex-diretor da CIA; e James Comey, ex-diretor do FBI, todos mencionados nos arquivos secretos revelados por Gabbard.
Interferência russa nas eleições
As alegações de Gabbard ocorrem em meio à controvérsia sobre a interferência russa nas eleições de 2016. Enquanto o governo Trump inicialmente aceitou as conclusões do FBI sobre a intervenção da Rússia, um novo relatório apresentado por Gabbard questiona as narrativas anteriores e sugere que o objetivo de Moscou seria minar a confiança no processo eleitoral, não apoiar Trump diretamente.
As acusações de Gabbard e a investigação sobre o ex-presidente Obama geraram um intenso debate sobre a legitimidade das ações do governo Obama e a continuidade da polarização política nos EUA.
