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Casa Branca defende demissão de chefe de estatísticas após Trump acusar fraude em dados de emprego

Kevin Hassett afirma que presidente busca "confiabilidade" nos números após relatório apontar queda inesperada na geração de empregos

3 agosto 2025 - 13h25Crisley Santana
Casa Branca justifica demissão de chefe de estatísticas após Trump acusar fraude nos dados de emprego dos EUA.
Casa Branca justifica demissão de chefe de estatísticas após Trump acusar fraude nos dados de emprego dos EUA. - Samuel Corum/Sipa/Bloomberg via Getty Images

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de demitir Erika McEntarfer, chefe do Departamento de Estatísticas de Trabalho, gerou forte repercussão no cenário político e econômico americano. Neste domingo, 3, o conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, saiu em defesa da medida, alegando que a substituição tem como objetivo restaurar a confiança nos dados oficiais do mercado de trabalho.

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Em entrevista à NBC News, Hassett comentou as acusações feitas por Trump, que sugeriu, em postagem na rede Truth Social, que os últimos relatórios sobre o número de empregos foram "fraudados". O documento divulgado na sexta-feira, 1º, trouxe dados mais fracos do que o previsto para o mês de julho, além de revisões significativas para baixo nos números de maio e junho.

Desconfiança sobre as estatísticas

Durante a entrevista, Hassett indicou que há sinais preocupantes em relação à precisão das estatísticas publicadas. "Houve uma série de padrões que poderiam deixar as pessoas curiosas", afirmou. "O mais importante é que os dados sejam confiáveis. A maior prioridade do presidente é entender por que essas revisões têm sido tão grandes."

A demissão de McEntarfer foi determinada diretamente por Trump, segundo publicação feita pelo próprio presidente na Truth Social. Na mensagem, ele sugeriu que os números divulgados pelo Departamento estariam sendo manipulados e que exigiu a saída da funcionária como resposta.

Revisões geram tensão política

A polêmica ocorre em meio à divulgação do mais recente relatório mensal de empregos, que indicou uma criação de vagas abaixo das expectativas do mercado, sinalizando possível desaceleração na recuperação econômica. A situação gerou desconforto na Casa Branca, especialmente diante da proximidade do ciclo eleitoral.

A revisão para baixo dos dados de maio e junho ampliou as críticas do presidente, que tem insistido em usar os indicadores econômicos como trunfo de sua administração. Segundo fontes próximas ao governo, a desconfiança sobre os números tem crescido entre assessores diretos de Trump, especialmente diante de análises que poderiam afetar sua popularidade.

Reações divididas

A demissão de Erika McEntarfer foi recebida com surpresa por especialistas em estatística e economia, que destacaram a autonomia técnica do Departamento de Estatísticas de Trabalho como uma das garantias de confiabilidade dos dados federais. Para críticos da decisão, a medida representa uma tentativa de interferência política em órgãos técnicos.

Por outro lado, aliados de Trump apoiam a mudança. Para eles, os erros consecutivos nas previsões e nas revisões posteriores dos dados justificam uma reformulação no comando do departamento.

Desdobramentos

A Casa Branca ainda não anunciou oficialmente quem ocupará o lugar de McEntarfer. Internamente, a expectativa é que um nome mais alinhado com a linha econômica da atual administração seja escolhido. Enquanto isso, o Departamento segue sob críticas e pressão para justificar as recentes falhas na estimativa do emprego.

A crise envolvendo os dados do mercado de trabalho ocorre num momento crucial para a economia americana e pode ter implicações diretas na confiança do mercado e nas estratégias políticas da Casa Branca.

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