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TENSÃO COMERCIAL

Trump critica decisão do Canadá de reconhecer Palestina e ameaça acordos comerciais

Presidente dos EUA coloca acordo comercial com o Canadá em risco após anúncio de Mark Carney sobre Palestina

31 julho 2025 - 17h20Redação, O Estado de S. Paulo
'Isso tornará muito difícil para nós fazermos um acordo comercial com eles', afirmou Trump em uma publicação
'Isso tornará muito difícil para nós fazermos um acordo comercial com eles', afirmou Trump em uma publicação - EFE/EPA/FRANCIS CHUNG / POOL

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira, 31, que será "muito difícil" firmar um acordo comercial com o Canadá após o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, anunciar que pretende reconhecer a Palestina como um Estado em setembro. O anúncio de Carney, feito na quarta-feira, 30, ocorre em alinhamento com a França e o Reino Unido, que também planejam a mesma ação.

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Em uma publicação na plataforma Truth Social, Trump expressou sua frustração, dizendo que a decisão de Carney tornaria as negociações comerciais com o Canadá mais complicadas. O presidente dos EUA, que estabeleceu o prazo de 1º de agosto para o fechamento de acordos comerciais, afirmou que, caso o Canadá não consiga concluir as negociações, tarifas de até 50% serão impostas sobre seus produtos.

A partir de 1º de agosto, as exportações do Canadá, o segundo maior parceiro comercial dos Estados Unidos, sofreriam uma tarifa de 35% caso não haja um acordo. Trump tem pressionado países aliados a mudar suas políticas, usando a ameaça de tarifas mais altas como forma de obtenção de resultados, como recentemente ocorreu com Camboja e Tailândia.

O anúncio de Carney sobre o reconhecimento da Palestina visa preservar a esperança de uma solução de dois Estados para o conflito Israel-Palestina, algo que os EUA e Israel criticam veementemente. A decisão de Carney foi imediatamente criticada por Israel, que considera que tal movimento "recompensa" o Hamas, grupo terrorista responsável pelos ataques de outubro de 2023 em Israel.

Apesar das críticas, Carney defendeu que sua decisão se baseia na visão do Canadá sobre a solução de dois Estados e no fracasso de Israel em lidar com a crise humanitária em Gaza, exacerbada pela continuidade da campanha militar e o bloqueio de ajuda humanitária. O reconhecimento da Palestina por mais de 140 países, incluindo o Brasil, fortalece a pressão internacional sobre Israel e complica ainda mais o cenário diplomático.

Com relação ao contexto político canadense, Carney assumiu o cargo de primeiro-ministro após a renúncia de Justin Trudeau e superou a popularidade do conservador Pierre Poilievre nas eleições, conquistando o apoio da maioria ao se colocar como um outsider experiente.

Em meio a essas tensões políticas e comerciais, o cenário continua a evoluir, com o presidente Trump mantendo suas ameaças de tarifas para pressionar aliados a seguir sua agenda.

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