
Em mais um ano sem o desfile cívico de 7 de Setembro por conta da pandemia, o Centro de Campo Grande vai ficar marcado neste ano por conta das manifestações políticas. Assim como já vem sendo confirmado pelo presidente Bolsonaro as manifestações pelo Brasil afora, neste ano a “grande pauta” dos atos em seu apoio deve ser a liberdade de expressão, em especial contra as recentes decisões tomadas pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na Capital uma das movimentações pró-Bolsonaro terá concentração a partir das 8h45 no estacionamento do buffet Yotedy, na Rua Antônio Maria Coelho, 6200, com saída às 9h. O percurso de 20 km termina nos altos da Avenida Afonso Pena, onde o público deve se dispersar às 11h.
Contra o presidente, vai acontecer o “Grito dos Excluidos”, que começa com a concentração na Praça Ary Coelho, às 15h. Os manifestantes iniciam a caminhada às 16h, percorrendo as ruas 14 de Julho, Antônio Maria Coelho e Pedro Celestino. Haverá manifestações também em Dourados, com saída do Parque do Lago. Até o fechamento dessa edição o horário não havia sido definido.
O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), anunciou, na manhã da última quinta-feira (2), que não irá admitir a baderna. "Uma coisa deixo claro: na minha cidade não vai ter desordem. Vou ser rigoroso com aqueles que querem depredar o patrimônio público ou manchar o nome da minha cidade". No dia da manifestação, a Polícia Militar estará com as equipes normais de serviço e também com as tropas especializadas “choque e cavalaria” de prontidão para caso necessite do pronto emprego. A expectativa da PM é que a manifestação seja pacífica
Um segundo ato de manifestação a favor do presidente está previsto para acontecer na cidade. O movimento Endireita MS organiza manifestantes para se reunirem na Praça do Rádio Clube. Haverá carreata e protestos na Praça do Rádio Clube, região central da cidade.
Outras pautas movimentam o clima de tensão para o feriado nacional, como as ameaças ao professor Jaime Teixeira, presidente da Federação de Trabalhadores em Educação do Mato Grosso do Sul (Fetems), que divulgou em suas redes sociais ter sido alvo de uma ação montada por bolsonaristas com o intuito de intimidar. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) divulgou uma nota, prestando apoio ao professor.
A CNTE considera que o episódio foi exatamente a reverberação das palavras do presidente nas ações de populares. “Em um momento de intenso incremento de armas circulando no meio da população, um grupo de motociclistas se aglomerou em frente à casa do presidente da maior entidade sindical de trabalhadores do Estado de Mato Grosso do Sul para, única e exclusivamente, intimidar a ação política da FETEMS”, diz a nota.
Com tanta agenda, a preocupação nas autoridades cresce continuadamente, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS), terá esquema de segurança para monitorar as manifestações contra e a favor do governo, o secretário de infraestrutura e diretor do Prosseguir, Eduardo Riedel, disse que os protestos serão acompanhados de perto pela segurança.
As ações começaram a se intensificar após a chamada feita pelo cantor sertanejo Sérgio Reis, as concentrações e manifestações de caminhoneiros no dia da independência, o episódio foi marcado por visitas a Brasília, com direito a recusa de diversos órgãos representativos da categoria, que acabaram por ventura declinar o convite feito.
