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BONS RESULTADOS

Senadora de MS destaca balanço positivo de viagem aos EUA e vê avanço nas negociações sobre taxação

Tereza Cristina afirma que missão do Senado "abriu portas" com parlamentares e empresários americanos e que diálogo continuará para reduzir impactos econômicos

31 julho 2025 - 09h30Carlos Guilherme
Senadores brasileiros pressionam EUA para suspender tarifa de 50% sobre produtos nacionais que entra em vigor dia 1º de agosto.
Senadores brasileiros pressionam EUA para suspender tarifa de 50% sobre produtos nacionais que entra em vigor dia 1º de agosto. - (Foto: Divulgação)

A senadora Tereza Cristina (PP-MS) avaliou como produtiva a viagem oficial aos Estados Unidos para tratar da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo governo americano. Segundo a parlamentar, o principal resultado da missão foi “abrir portas” para o diálogo com representantes do setor político e empresarial dos EUA.

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“O que fizemos aqui nesses dois dias foi abrir portas, quebrar o gelo, conversar com empresas, políticos e diversos interlocutores. Vamos ter muito tempo ainda de negociação, e o diálogo vai continuar. As exceções ao tarifaço são uma boa notícia”, destacou Tereza Cristina ao fazer o balanço da viagem.

A senadora integra a comitiva da Comissão de Relações Exteriores do Senado que viajou a Washington para discutir o tema com autoridades e empresários americanos. A visita acontece às vésperas da entrada em vigor da nova alíquota de importação, marcada para 6 de agosto, e tem como foco buscar alternativas e apoio para reverter ou suavizar os impactos da medida.

Apesar de a Casa Branca ter confirmado o tarifaço, foi divulgada uma lista extensa de produtos excluídos da nova tributação, o que foi bem recebido pelos setores produtivos e pelos senadores. Entre os itens fora da tarifa estão suco e polpa de laranja, castanhas, celulose, fertilizantes químicos, polpa de madeira, aeronaves, derivados de petróleo, aço, ferro, alumínio e minério de ferro.

Tereza Cristina avalia missão nos EUA como positiva e diz que exceções à tarifa foram uma conquista inicial

Por outro lado, café, carne bovina, pescados, frutas e etanol não aparecem na lista de exceções e continuam sob risco de taxação. “Precisamos ver como ficarão esses produtos, que são muito importantes para os dois mercados”, alertou a senadora.

Missão parlamentar dialogou com democratas e republicanos - A comitiva do Senado brasileiro foi recebida por diversos parlamentares americanos, mesmo com a proximidade do recesso legislativo. Entre os nomes que participaram dos encontros estão os senadores Tim Kaine, Ed Markey, Mark Kelly, Chris Coons, Jeanne Shaheen, Martin Heinrich e Thom Tillis, além da deputada Sydney Kamlager-Dove, copresidente do Brazil Caucus.

Durante a reunião, o senador Martin Heinrich (Novo México) fez críticas públicas à decisão do governo norte-americano. Segundo ele, a medida não traz benefícios concretos aos EUA e impacta negativamente os consumidores. Heinrich citou o setor de café e o mercado madeireiro como áreas que já estão sofrendo com aumento de preços.

O senador republicano Thom Tillis (Carolina do Norte) também demonstrou preocupação com os efeitos econômicos da tarifa. Ele avaliou a medida como politicamente equivocada e revelou que chegou a defender o Brasil em conversas com o Departamento de Comércio. Tillis lamentou a ausência de outros parlamentares republicanos nas discussões e sugeriu que a implementação da tarifa ainda pode ser adiada por decisões judiciais.

Setor empresarial dos EUA também demonstrou preocupação- Além dos encontros políticos, os senadores brasileiros se reuniram com representantes da U.S. Chamber of Commerce, a maior organização empresarial do mundo. A entidade, que representa milhões de empresas americanas, manifestou apoio ao adiamento da nova tarifa e à ampliação da lista de exceções.

Segundo Tereza Cristina, o setor empresarial dos EUA reconhece os riscos para as cadeias produtivas, especialmente nos setores de alimentos e produtos perecíveis. Também foi solicitado apoio dos parlamentares americanos a uma carta conjunta de empresários contra o tarifaço.

A comitiva ainda teve reunião com a Americas Society / Council of the Americas, organização que promove o fortalecimento das relações entre países do continente. O grupo também demonstrou preocupação com os efeitos econômicos das tarifas e destacou a importância do diálogo diplomático.

Durante os encontros, os parlamentares americanos também cobraram explicações sobre o comércio brasileiro com a Rússia, especialmente na importação de óleo diesel e fertilizantes. Segundo Tereza Cristina, o tema é considerado sensível pelo Congresso dos EUA, e está relacionado à preocupação com a guerra na Ucrânia.

“Eles acreditam que quem compra da Rússia está ajudando a financiar a guerra. Já há um projeto de lei em andamento para sancionar esse tipo de comércio, que pode ser votado antes do recesso legislativo”, relatou a senadora.

Ao retornar ao Brasil, a comitiva do Senado deve elaborar um relatório completo da missão, que será de acesso público. Segundo Tereza Cristina, o documento será utilizado para aprofundar o diálogo com os três Poderes e setores econômicos nacionais. “Vamos voltar e fazer a vistoria de casa, conversar com quem temos de conversar”, afirmou.

Além de Tereza Cristina e do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que liderou a comitiva, participaram da missão suprapartidária os senadores Jaques Wagner (PT-BA), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Carvalho (PT-SE), Carlos Viana (Podemos-MG), Fernando Farias (MDB-AL) e Esperidião Amin (PP-SC).

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