Tribunal de Contas da União (TCU) iniciou uma investigação sobre o sigilo de cinco anos aplicado aos gastos envolvidos na vinda da ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, ao Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
A apuração foi solicitada pela deputada federal Caroline de Toni (PL-SC), mas corre sob sigilo e ainda não conta com documentos públicos disponíveis. A informação foi revelada nesta quinta-feira (3) pelo portal UOL.
Nadine Heredia chegou ao Brasil em 16 de abril, após receber asilo diplomático concedido pelo governo federal com base em “motivos humanitários”. Ela alega estar em tratamento contra um câncer e ser alvo de perseguição política em seu país.
A ex-primeira-dama e o marido, o ex-presidente peruano Ollanta Humala, foram condenados a 15 anos de prisão por envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro investigado pela Lava Jato. Humala foi preso após a sentença. Heredia não compareceu à audiência e, após a condenação, procurou refúgio na embaixada brasileira em Lima, ao lado do filho Samir.
O caso provocou repercussão e críticas por parte de políticos da oposição, que questionam o uso de recursos públicos e a concessão do asilo. Em publicação na rede social X (antigo Twitter), a deputada Caroline de Toni escreveu: “Humanidade e benevolência que, curiosamente, não se aplicam aos presos políticos do 8 de janeiro no Brasil”.
A aeronave da FAB foi utilizada para o traslado de Heredia ao Brasil, em uma operação cujos custos permanecem sob sigilo. O TCU agora avalia se o segredo imposto sobre os valores é justificável do ponto de vista da administração pública.
