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O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou neste domingo, 7, que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), “cruzou o Rubicão” ao criticar publicamente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, durante um ato bolsonarista na Avenida Paulista.
A expressão “cruzar o Rubicão” faz referência ao rio da Itália e significa passar por um ponto sem retorno. Para Lindbergh, as declarações de Tarcísio configuram um ataque frontal ao STF e podem caracterizar tentativa de intimidar o ministro no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros réus ligados ao 8 de Janeiro.
“Não é crítica política, mas um ataque frontal ao STF, que pode configurar coação no curso do processo”, escreveu o parlamentar no X. Segundo ele, o governador não agiu como gestor estadual, mas como advogado de Bolsonaro, ao defender a anistia para conspiradores. “Quem ataca ministros e defende anistia não luta por liberdade: legitima o crime e abre caminho para novos atentados contra a democracia”, acrescentou.
Durante o ato, Tarcísio dirigiu-se aos manifestantes após gritos de “Fora Moraes”. Ele afirmou: “Talvez porque ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo no País.” O governador também criticou o suposto abuso de poder do Judiciário e defendeu a anistia a réus do episódio de 8 de janeiro de 2023, que incluiu ataques às sedes dos Três Poderes.
Analistas políticos destacam que o posicionamento representa uma escalada do tom de Tarcísio contra o STF. Embora costume manter interlocução com ministros da Suprema Corte, neste evento o governador alinhou-se explicitamente a Bolsonaro e ao grupo que pleiteia anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado.
Em seu discurso, Tarcísio repetiu: “Não vamos aceitar a ditadura de um Poder sobre o outro. Chega do abuso. Novos tempos virão. Vamos celebrar de novo com um líder que vai estar solto”, referindo-se a Bolsonaro. O termo “ditador” não foi esclarecido, mas o contexto indica que seria uma referência ao ministro Alexandre de Moraes.
