
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pediu desculpas nesta terça-feira (8) após a repercussão negativa de uma declaração feita em coletiva de imprensa sobre a crise do metanol. Durante a entrevista, ele havia dito que a contaminação afetava apenas “bebidas caras” e que se preocuparia “no dia em que falsificassem a Coca-Cola”.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Tarcísio reconheceu que a fala foi inadequada e explicou que tentou “descontrair o clima da coletiva”, mas que a brincadeira acabou sendo mal recebida.
“Acabei fazendo uma brincadeira para descontrair a coletiva que foi muito mal-interpretada e que, de fato, não cabia naquele momento, em face da gravidade do que vem ocorrendo”, afirmou.
O governador também se desculpou às famílias das vítimas, aos comerciantes afetados e à população em geral. “Peço perdão às famílias que perderam pessoas intoxicadas, aos comerciantes que sofrem com a queda nas vendas e a todos que se sentiram ofendidos”, disse.
Segundo o último balanço da Secretaria de Estado da Saúde (SES), São Paulo registra três mortes confirmadas por intoxicação por metanol — uma a mais em relação ao boletim divulgado na segunda-feira (6). O Estado contabiliza ainda 18 casos confirmados, 158 em investigação e sete óbitos sob análise.
Ao todo, são 176 ocorrências notificadas, sendo que 38 já foram descartadas após exames não identificarem a substância e 35 novos casos entraram em investigação.
A crise do metanol vem mobilizando autoridades estaduais e federais desde o aumento dos casos de intoxicação associados ao consumo de bebidas adulteradas. O governo de São Paulo informou que intensificou a fiscalização e o rastreamento de produtos suspeitos, além de reforçar campanhas de conscientização sobre os riscos de bebidas sem procedência.
