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O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do Progressistas, afirmou que Jair Bolsonaro precisa indicar um nome com reais chances de vencer Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2026. Inelegível, o ex-presidente será julgado a partir desta terça-feira (2) por tentativa de golpe de Estado, e, segundo Ciro, não pode mais se arriscar politicamente.
“O único que não pode perder a eleição do ano que vem é Jair Bolsonaro, por causa da situação dele. Ele tem que escolher alguém que possa ganhar”, declarou o senador em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Entre os nomes cogitados, Ciro apontou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como o presidenciável com mais chances de vencer Lula. Ele alertou, porém, que a exposição antecipada do nome de Tarcísio pode gerar atritos dentro da própria direita. Segundo ele, setores bolsonaristas já começaram a reagir de forma negativa ao favoritismo do governador.
“Fixar o Tarcísio como candidato agora leva setores da direita a bater em Tarcísio”, explicou, dizendo que o próprio presidente Lula tem interesse em desgastá-lo ao lançar Tarcísio como o nome da vez.
Na reunião ministerial do final de agosto, Lula também teria citado o governador paulista como provável adversário em 2026. Segundo relatos, o presidente acredita que Bolsonaro não terá alternativa senão apoiá-lo. Ainda de acordo com Lula, Ciro estaria tentando desestabilizar o governo federal para viabilizar seu nome como vice em uma eventual chapa.
Apesar de negar intenção de disputar a Presidência, Tarcísio comentou na última sexta-feira (29) que, se for eleito, sua primeira medida será conceder um indulto a Jair Bolsonaro. A declaração ampliou as críticas dentro do núcleo bolsonarista, especialmente por parte do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente.
Eduardo já demonstrou desconforto com a possível aproximação entre Tarcísio e o PL. Em tom crítico, ele declarou que o governador não possui o perfil combativo esperado pelos bolsonaristas e chegou a afirmar que a família Bolsonaro pode deixar a sigla caso Tarcísio se filie.
Ciro Nogueira, por sua vez, acredita que a condenação de Bolsonaro deve reacender o debate sobre anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro. Ele defende que uma proposta de anistia seja discutida no Congresso Nacional e contemple o ex-presidente, embora o tema ainda não tenha previsão para entrar na pauta legislativa.
A partir desta semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) dará início ao julgamento de Bolsonaro, acusado de cinco crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado. A Primeira Turma da Corte reservou oito sessões para analisar o caso, e uma eventual condenação pode levar o ex-presidente a cumprir até 43 anos de prisão.
