
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a se posicionar como uma das principais vozes da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista concedida nesta quinta-feira (13), o ex-ministro da Infraestrutura atribuiu o enfraquecimento de Lula nas pesquisas de intenção de voto a um "esgotamento de modelo" e à ausência de propostas concretas, especialmente na área da segurança pública.
A fala ocorre após a divulgação de nova rodada da pesquisa Genial/Quaest sobre a corrida presidencial de 2026. Embora Lula ainda lidere todos os cenários de segundo turno, sua vantagem sobre possíveis adversários tem diminuído. Contra o próprio Tarcísio, a diferença caiu de 12 para 5 pontos. Já no cenário com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível e em prisão domiciliar, há empate técnico: 42% a 39% para Lula, ante 46% a 36% em outubro.
Críticas ao legado petista - Para Tarcísio, o recado das pesquisas é claro: o eleitor está insatisfeito com um modelo político que, segundo ele, já demonstrou esgotamento. “A gente está há 40 anos falando de Lula, e eles estão governando o Brasil praticamente há 20 anos de forma ininterrupta”, afirmou. Ele questionou: “Quando o brasileiro se depara com uma crise profunda de segurança pública, a pergunta que tem que ser feita – e acho que o brasileiro está fazendo – é: ‘Essa turma que governa o Brasil há tanto tempo fez exatamente o quê para a gente virar a mesa?’”.
O governador paulista também criticou a ausência de propostas efetivas por parte do PT nos seus diversos mandatos, afirmando que o partido demonstrou dificuldades históricas para lidar com temas centrais como segurança e economia.
Durante evento sobre educação no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, Tarcísio ampliou suas críticas ao abordar a condução econômica do país. “Olha o que nós temos aí em termos de resultado primário, resultado nominal. A gente podia estar numa situação muito melhor do que está”, declarou. Em tom provocativo, questionou: “Será que é razoável a gente estar com um juro de 15% ao ano como a gente está hoje?”, referindo-se ao patamar atual da taxa básica de juros do Banco Central.
O governador também relacionou o agravamento da crise de segurança à falta de respostas do governo federal. “A situação da segurança pública eclodiu porque o cidadão chegou ao limite, cansado de esperar soluções de quem está no poder há anos e não oferece alternativas”, declarou. Para ele, trata-se de um esgotamento visível de uma forma de governar que já não atende mais às demandas da população.
Apesar do protagonismo no debate político nacional, Tarcísio tentou afastar especulações sobre uma eventual candidatura à Presidência da República em 2026. “Sinceramente, a eleição está muito longe e a gente está focado no trabalho aqui em São Paulo”, disse, evitando se comprometer com o cenário eleitoral.
Mesmo assim, sua presença crescente nos discursos de oposição e o desempenho nas pesquisas sugerem que o governador paulista continuará como figura central na disputa pelos rumos da política brasileira nos próximos anos.


