
Uma onda de protestos violentos no Nepal, que deixou ao menos 40 mortos nesta semana e levou à renúncia do primeiro-ministro, abriu caminho para a posse da primeira mulher a liderar o país. A ex-chefe de Justiça Sushila Karki, de 73 anos, foi empossada na noite desta sexta-feira (12), no horário local, como líder de um governo interino.

A cerimônia foi conduzida pelo presidente Ram Chandra Paudel e ocorreu após negociações coordenadas pelo exército e pressionadas por milhares de jovens manifestantes. O grupo exigia medidas duras contra a corrupção e protestava contra a recente proibição de redes sociais no país.
Perfil da nova líder
Karki é reconhecida por sua atuação em defesa das liberdades civis e pelo rigor no combate à corrupção. Ela ocupou o cargo de chefe de Justiça do Nepal entre 2016 e 2017, tornando-se a primeira mulher a liderar a Suprema Corte do país.
Sua nomeação para a chefia do governo interino é vista como uma resposta simbólica às reivindicações das ruas, que pediam mudanças estruturais e mais transparência na condução política.
Contexto da crise
Os protestos começaram na segunda-feira (8), após denúncias de corrupção generalizada e a adoção de medidas consideradas autoritárias, como o bloqueio de plataformas digitais. A escalada da violência obrigou o então primeiro-ministro a renunciar.
A expectativa agora é de que o governo interino liderado por Karki organize o país para um período de transição política, até que novas eleições sejam convocadas.
