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PROTESTOS

'Superpedido' de impeachment de Bolsonaro é protocolado com assinaturas de deputados federais de MS

Dagoberto Nogueira (PTB) e Vander Loubet (PT) assinaram o documento

3 julho 2021 - 10h00Da Redação
Os deputados federais, Dagoberto Nogueira (à esq.) e o Vander Loubet (à dir.)
Os deputados federais, Dagoberto Nogueira (à esq.) e o Vander Loubet (à dir.) - (Foto: Reprodução)

Um superpedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro foi apresentado na última quarta-feira (30) à Câmara dos Deputados por partidos de oposição e desafetos do chefe do Executivo. A situação ocorre após suspeitas de irregularidades nas negociações da vacina Covaxin - e a denúncia de suposta omissão do presidente ao ser avisado sobre o caso - deram fôlego ao discurso da esquerda para tirar Bolsonaro do cargo. A apresentação do superpedido antecedeu os atos contra Bolsonaro convocados para hoje (3). Os protestos estavam previstos para 24 de julho, mas foram antecipados em razão dos recentes escândalos que envolvem as vacinas contra a Covid-19.

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O superpedido foi protocolado no momento em que avançam denúncias de corrupção na compra de vacinas, dando força à realização de novos protestos de rua contra Bolsonaro, em uma tentativa de pressionar o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), a aceitar o pedido. A decisão de dar andamento ao processo é exclusiva de Lira, aliado de Bolsonaro.

De Mato Grosso do Sul, os deputados Vander Loubet (PT) e Dagoberto Nogueira (PTB) foram os únicos deputados do Estado que assinaram o documento solicitando a saída do presidente Bolsonaro do cargo. Além dos deputados, a Aduems (Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) também assinou o pedido.

O documento reúne os autores dos mais de 100 pedidos já protocolados desde o início do mandato de Bolsonaro. A frente reúne Psol, PT, PDT, PV, Rede Sustentabilidade, Cidadania, Central de Movimentos Populares (CMP), União Nacional dos Estudantes (UNE) e Movimentos dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), entre outros. 

Por meio das redes sociais, o deputado Fábio Trad (PSD) se manifestou sobre a assinatura coletiva.  "Penso que todos os que concordam que devemos proteger a nossa democracia precisam se unir nesta manifestação. O momento é histórico e impõe que democratas de todos os matizes tenham desprendimento e grandeza para superar divergências pontuais em prol de causas vitais para o país."

Já o deputado e apoiador do presidente, Luiz Ovando (PSL) afirma que a esse pedido de impeachment não tem fatos concretos que possam tirar Bolsonaro do poder.

"O 'superpedido' de impeachment para um conjunto zero de fatos. Essa é a oposição ao presidente em plena pandemia, a maior crise sanitária na história da humanidade. "Especialistas" dizem que o caso Covaxin arranha a imagem do presidente. Isso porque não há nada contra Bolsonaro. Sujeito de imagem impoluta é Lula, né, condenado por corrupção. Até porque o homem tá voando nas "pesquisas". O povo é sábio. Contem outra, 'especialistas'", disse.

A reportagem tentou o contato com os deputados Beto Pereira (PSDB), Bia Cavassa (PSDB), Rose Modesto (PSDB) e Tio Trutis (PSL), mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria, mas o espaço está aberto para manifestações.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que esteve na linha de frente dos movimentos pelo impedimento de Fernando Collor e Dilma Rousseff, ficou de fora do superpedido. A Ordem chegou a elaborar um documento assinado por juristas renomados que serviria de base para um eventual pedido, mas o texto está parado nas instâncias internas, que nem sequer estão debatendo o tema.

Foram apontados 23 crimes que teriam sido cometidos por Bolsonaro desde que assumiu a Presidência da República, entre eles, de acordo com o documento: atentar contra o livre exercício dos Poderes, ao participar de ato com ameaças ao Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF); usar autoridades sob sua subordinação para praticar abuso de poder no episódio de troca do comando militar e interferir na Polícia Federal; incitar militares à desobediência à lei ou infração à disciplina; provocar animosidade nas classes armadas, ao incentivar motim dos policiais militares em Salvador; e as omissões e erros no combate à pandemia, que seriam crime contra a segurança interna.

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