
O Supremo Tribunal Federal (STF) começa nesta segunda-feira (28) os interrogatórios de acusados no núcleo 3 da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Entre os réus estão oficiais das Forças Especiais do Exército, conhecidos como "kids pretos", e um agente da Polícia Federal.

Segundo a denúncia, o grupo teria planejado sequestros e assassinatos de autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Réus que serão ouvidos pelo STF:
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Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército
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Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército
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Márcio Nunes de Resende Júnior, coronel do Exército
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Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel
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Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel
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Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel
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Ronald Ferreira de Araújo Júnior, tenente-coronel
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Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel
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Estevam Theophilo, general das Forças Especiais
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Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal
Os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo são apontados como participantes da operação chamada "Punhal Verde e Amarelo", que teria como alvo a execução de Moraes, Lula e Alckmin. O grupo também teria articulado a chamada "Operação Copa 2022", que visava o sequestro do ministro Alexandre de Moraes plano que chegou a ser iniciado, mas foi abortado.
O general Estevam Theophilo, segundo delação do tenente-coronel Mauro Cid, teria se comprometido a obedecer a um decreto de ruptura institucional, colocando as tropas das Forças Especiais à disposição do golpe.
O coronel Fabrício Bastos, então atuante no Centro de Inteligência do Exército, teria sido o responsável por mobilizar militares dispostos a participar do golpe e por redigir uma carta aberta para angariar apoio entre oficiais.
Já o agente da PF Wladimir Matos Soares é acusado de atuar como informante do grupo, repassando dados estratégicos sobre a posse presidencial e movimentações do novo governo.
Segundo a PGR, coronéis como Sérgio Cavaliere, Ronald Ferreira de Araújo Júnior e Bernardo Corrêa Netto teriam incitado colegas militares a aderirem ao golpe, promovendo ataques verbais contra comandantes que se opunham à tentativa de ruptura.
As investigações apontam que o grupo se organizava em aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, onde compartilhavam conteúdo golpista e planos de ação.
