
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (14) o julgamento do “núcleo da desinformação”, grupo acusado de participar da tentativa de golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022. A sessão foi marcada pelas sustentações orais da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pediu a condenação dos sete réus, e das respectivas defesas.

A análise do caso será retomada na próxima terça-feira (21), quando o relator Alexandre de Moraes deverá apresentar seu voto. A expectativa é de que o julgamento seja concluído no mesmo dia, com os votos de Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino, incluindo eventual definição das penas, caso haja condenações.
Acusação: uso de fake news para desestabilizar o país - O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que os acusados promoveram uma "operação estratégica de desinformação", disseminando mentiras para desacreditar o sistema eleitoral e as instituições democráticas. Segundo a PGR, os atos do 8 de janeiro de 2023 estão diretamente ligados à atuação desse núcleo. “A revolta popular foi consequência direta da campanha de mentiras fomentada pelo grupo”, disse Gonet.
O ministro Alexandre de Moraes reforçou, em seu relatório, que a organização criminosa era formada majoritariamente por integrantes do governo federal anterior e militares das Forças Armadas, com o objetivo de depor o governo democraticamente eleito.
Quem são os réus do núcleo 4
Ailton Moraes Barros, ex-major do Exército
Ângelo Denicoli, major da reserva
Carlos Moretzsohn Rocha, ex-presidente do Instituto Voto Legal
Giancarlo Rodrigues, subtenente e ex-servidor da Abin
Guilherme Almeida, tenente-coronel do Exército
Marcelo Bormevet, agente da Polícia Federal
Reginaldo Abreu, coronel do Exército
As defesas negaram a participação dos acusados na cadeia de comando do suposto golpe e tentaram desqualificar as provas, alegando falta de ligação direta com ações golpistas.
O STF já reconheceu os crimes no julgamento do núcleo central da trama, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com isso, a expectativa é que os julgamentos dos demais grupos sejam mais céleres. O plenário da Primeira Turma cancelou a sessão prevista para o dia 22 e deve concluir este julgamento no próprio dia 21.
