TCE
POLÍTICA E JUSTIÇA

STF bloqueia conta de marido de Carla Zambelli; coronel está em Israel e não tem previsão de volta

Antônio Aginaldo de Oliveira é alvo de decisão da Corte em meio a processos sigilosos; Zambelli segue presa em Roma

13 agosto 2025 - 16h45Raisa Toledo
Antônio Aginaldo de Oliveira, marido de Carla Zambelli, teve contas bloqueadas por decisão do STF; coronel está atualmente em Israel.
Antônio Aginaldo de Oliveira, marido de Carla Zambelli, teve contas bloqueadas por decisão do STF; coronel está atualmente em Israel. - Foto: Reprodução/Instagram

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o bloqueio da conta bancária de Antônio Aginaldo de Oliveira, coronel da reserva da Polícia Militar e marido da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP). A decisão foi tomada em meio a processos que tramitam sob sigilo na Corte, conforme informações confirmadas pela defesa do casal nesta quarta-feira (13).

Canal WhatsApp

Oliveira, que chegou a acompanhar a esposa na viagem à Europa após sua condenação judicial, atualmente está em Israel e não tem previsão de retorno ao Brasil. Ainda segundo seus advogados, ele deixou a Europa após a prisão da parlamentar e está fora do país “por questões de segurança”.

Coronel foi exonerado em junho

Além de militar da reserva, Antônio Aginaldo de Oliveira foi comandante da Força Nacional de Segurança durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Seu nome voltou aos holofotes após assumir, por breve período, o cargo de secretário de Segurança Pública do município de Caucaia, no Ceará.

A exoneração de Oliveira ocorreu em junho deste ano, pouco tempo após o afastamento solicitado por ele sob alegação de “doença em pessoa da família”, conforme consta no Diário Oficial da cidade.

Fontes próximas à administração municipal indicam que o afastamento teria relação direta com o agravamento da situação jurídica de Carla Zambelli, que naquele período já estava condenada e sob risco de prisão.

Zambelli foi condenada a 10 anos e está presa na Itália

Em maio deste ano, Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por participação direta na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o auxílio do hacker Walter Delgatti Neto, que também foi condenado no mesmo processo. A ação resultou na criação de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

A deputada também foi sentenciada à perda do mandato parlamentar e ao pagamento de R$ 2 milhões em danos morais coletivos, valor que deverá ser dividido com Delgatti.

Mesmo com a condenação ainda em fase de recursos, Zambelli deixou o país e viajou para a Europa, atitude que a transformou em foragida da Justiça brasileira. Em julho, ela foi presa em Roma, na penitenciária feminina de Rebibbia, após o trânsito em julgado da condenação.

STF pediu extradição; processo pode durar até dois anos

Com a prisão na Itália, o STF apresentou formalmente o pedido de extradição da deputada, e agora o processo depende da decisão do governo italiano. Especialistas ouvidos por veículos da imprensa afirmam que a tramitação pode levar entre 18 meses e dois anos.

Enquanto isso, Zambelli permanece presa. Na manhã desta quarta-feira (13), foi realizada uma nova audiência em Roma, mas a Justiça italiana ainda não decidiu se a parlamentar poderá aguardar o processo em liberdade ou em prisão domiciliar. A defesa alegou que ela passou mal durante a sessão e pediu avaliação médica urgente, o que deve influenciar os próximos desdobramentos.

Família tenta evitar extradição

Pessoas próximas ao casal têm buscado mobilizar apoio político e jurídico para que Zambelli não seja extraditada ao Brasil. A defesa da deputada tenta argumentar que a execução da pena no território italiano seria mais segura, citando riscos à integridade física dela em presídios brasileiros.

Já o Ministério da Justiça do Brasil afirma que o país está plenamente apto a garantir os direitos e a segurança da parlamentar, caso a extradição seja autorizada. Até o momento, a Justiça italiana segue avaliando o pedido com base em tratados internacionais e precedentes jurídicos.

Processo contra o marido corre sob sigilo

O conteúdo do processo que levou ao bloqueio da conta bancária de Antônio Aginaldo de Oliveira não foi divulgado, pois corre em sigilo. No entanto, a medida reforça a suspeita de que os vínculos do casal com os crimes investigados vão além da participação direta de Zambelli no caso CNJ.

A atuação de Oliveira durante o governo Bolsonaro e seus movimentos após a condenação da esposa estão sendo analisados por autoridades brasileiras.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas