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JUSTIÇA

STF promove acareações entre réus e testemunhas em inquérito sobre tentativa de golpe

Mauro Cid e Braga Netto, além de Anderson Torres e Freire Gomes, se enfrentam em audiências para esclarecer divergências nos depoimentos

23 junho 2025 - 09h25Juliano Galisi
A primeira audiência, marcada para as 10h, colocará frente a frente o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa
A primeira audiência, marcada para as 10h, colocará frente a frente o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa - (Foto: Lula Marques/ABrasil)

Acareações entre réus e testemunhas da ação penal que investiga tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 serão realizadas nesta terça-feira (24) no Supremo Tribunal Federal (STF). Os encontros ocorrem por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e têm como objetivo esclarecer contradições apontadas em depoimentos anteriores.

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A primeira audiência, marcada para as 10h, colocará frente a frente o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa. Ambos são réus no processo, apontados como integrantes do chamado “núcleo central” da articulação golpista.

No período da tarde, a partir das 14h, será realizada a segunda acareação do dia, entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, também réu, e o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército e testemunha no processo.

Planos de golpe e caixa de vinho com dinheiro - A acareação entre Cid e Braga Netto foi solicitada pela defesa do general, diante de divergências nos relatos sobre uma reunião realizada em novembro de 2022, na casa de Braga Netto. De acordo com Mauro Cid, foi nesse encontro que teria sido discutido o plano “Punhal Verde e Amarelo”, supostamente criado para eliminar autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro Alexandre de Moraes.

Braga Netto nega ter participado de qualquer discussão relacionada ao plano, assim como rejeita envolvimento com qualquer articulação golpista. Outro ponto de conflito entre os dois envolve uma quantia em dinheiro, que, segundo Cid, teria sido entregue por Braga Netto dentro de uma caixa de vinho — fato que o general também contesta.

No segundo momento do dia, a acareação entre Anderson Torres e o general Freire Gomes busca esclarecer a participação do ex-ministro da Justiça em reuniões de cúpula nas quais teriam sido discutidas medidas de exceção. De acordo com Freire Gomes, Torres esteve presente em encontros com esse objetivo. Já o ex-ministro nega ter participado dessas reuniões ou qualquer envolvimento em planos golpistas.

Diferente de outras etapas do processo, como os interrogatórios de réus e a coleta de testemunhos, as acareações desta terça-feira não serão transmitidas ao vivo nem poderão ser acompanhadas por jornalistas. O sigilo visa preservar a condução dos trabalhos e evitar exposição excessiva das partes envolvidas.

As audiências fazem parte das investigações conduzidas no STF sobre os eventos que sucederam a eleição de 2022 e que culminaram nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. As apurações envolvem militares da ativa e da reserva, além de ex-integrantes do governo federal.

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