
A senadora licenciada e atual ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), voltou a ser citada como um dos nomes fortes para compor o palanque do presidente Lula em São Paulo nas eleições de 2026. Sul-mato-grossense, ela pode trocar de domicílio eleitoral para disputar o governo paulista, numa articulação que envolve também Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).
A movimentação ganhou visibilidade após uma homenagem feita aos três ministros durante um evento do grupo Prerrogativas, realizado nesta sexta-feira (13), em São Paulo. A reunião teve clima de campanha antecipada e foi marcada por discursos políticos, menções à eleição de Lula em 2022 e ao futuro das alianças para 2026.
'Coragem não me falta', diz Tebet ao ser cogitada como governadora - Ovacionada pelo público, Tebet declarou de forma enfática que estará no palanque de Lula, mesmo que isso signifique mudar de partido ou de Estado. “Nesta política do Brasil precisa ter coragem. E coragem não me falta”, afirmou, recebendo aplausos.
A ministra foi apontada por integrantes do Prerrogativas como um possível nome para disputar o governo de São Paulo, ao lado de Haddad e Alckmin. “É um luxo para São Paulo ter três opções. Uma chapa que representa a união da direita civilizada, da centro-direita, centro-esquerda e esquerda”, disse o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo.
Embora o MDB de São Paulo apoie o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a fala de Carvalho indica que o grupo quer convencer Tebet a mudar de sigla e migrar para o principal colégio eleitoral do país. “Acho que ela estava esperando o chamado. Hoje nós fizemos esse chamado para ela se apresentar à população de São Paulo”, completou.
O Prerrogativas já foi decisivo na articulação que levou Alckmin a ser vice de Lula em 2022.
Haddad e Alckmin evitam falar em candidatura, mas são aplaudidos - Haddad, atual ministro da Fazenda, é cotado para disputar novamente o governo paulista ou uma vaga no Senado. Apesar disso, tem dito que prefere atuar como articulador da campanha nacional de Lula e resiste a voltar à disputa majoritária.
Alckmin, por sua vez, também é visto como peça chave para repetir a dobradinha presidencial com Lula. Ele foi o mais aplaudido do evento ao iniciar seu discurso com o tradicional “companheiros e companheiras”, frase simbólica do petismo.
Além de reafirmar apoio a Lula, os discursos também trouxeram críticas à gestão do governador Tarcísio de Freitas. O ministro Haddad, por exemplo, citou uma fala do presidente Lula que ironizava previsões econômicas negativas que não se concretizaram. “É comemorar que nós demos certo”, destacou.
A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, evitou cravar qualquer definição de candidatura, mas afirmou que os três nomes são “muito potentes” na política nacional e local.
Fora do evento, o ministro Márcio França (PSB), também tem interesse em disputar o governo paulista. Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se lançou como pré-candidato à Presidência, mas, nos bastidores, o PT ainda vê Tarcísio como o principal adversário a ser enfrentado nas urnas.

