
O pastor Silas Malafaia, alvo de mandado de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF), afirmou nesta quinta-feira (21) que não teme uma possível prisão e fez duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, chamando-o de “chefe da Gestapo”, referência à polícia política do regime nazista. As declarações foram feitas em um culto realizado na Assembleia de Deus Vitória em Cristo, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro.

Malafaia foi recebido com aplausos, gritos de apoio e cartazes, como “Exemplo de coragem” e “Profeta que não se cala”. O telão exibia mensagens como “Estamos juntos, pastor” e uma bandeira do Brasil. Durante o culto, ele relembrou o apoio a diversos candidatos ao longo dos anos, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-ministro José Serra (PSDB-SP), e criticou a apreensão de seus cadernos de anotações.
O pastor afirmou que, ao tentar reter um dos volumes, o agente da PF, sob ordens de Moraes, recolheu todos os cadernos, e fez duras críticas ao que chamou de “ordem da Gestapo”. "Ele estava debaixo de ordem do chefe da Gestapo de Alexandre de Moraes, em Brasília, o delegado lá, chefe da Gestapo, porque isso não é Polícia Federal", afirmou.
Postura política e mensagens vazadas
Malafaia se defendeu de críticas sobre sua postura política e negou usar a igreja para fins partidários. “Sempre falei como cidadão, não como pastor", disse ele, relembrando sua independência política e a falta de medo frente à possibilidade de prisão. "Eu não tenho medo de ser preso e de ser retaliado", afirmou. Ele ainda disse que Moraes será julgado pelas "leis deste País ou pelas leis de Deus", e que a hora dele "vai chegar".
Sobre as mensagens trocadas com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que apareceram no relatório da PF, Malafaia afirmou que essas trocas mostram sua independência. “Não sou bolsominion, não sou puxa-saco. Critico quando tem que criticar e elogio quando tem que elogiar, meu papel é profético”, explicou, apesar de chamar o vazamento de informações de “fato lamentável”.
Essas mensagens constam em um relatório da investigação que indiciou Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por coação no curso do processo no STF, relacionado à tentativa de golpe de Estado do ex-presidente.
Líder pentecostal e conselheiro de Bolsonaro
Silas Malafaia lidera a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, uma das maiores igrejas pentecostais do Brasil, e foi um dos principais conselheiros de Bolsonaro durante seu governo. Após 2022, o pastor se tornou um dos principais organizadores dos atos em defesa do ex-presidente.
