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POLÍTICA

Senadores que irão negociar tarifaço se reúnem com Itamaraty

Oito parlamentares seguirão rumo aos EUA para tentar dialogar sobre as taxas

24 julho 2025 - 07h15Fellipe Gualberto
Ministro das relações exteriores, Mauro Vieira, participou da reunião com os senadores.
Ministro das relações exteriores, Mauro Vieira, participou da reunião com os senadores. - (Foto: Wilton Júnior/Estadão)

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, realizou reunião virtual nesta quarta-feira, 23, com os oito senadores que irão aos EUA para negociar as tarifas de 50% impostas sobre os produtos brasileiros, que devem entrar em vigor em 1º de agosto. A missão partirá na sexta-feira, 25, e os parlamentares devem cumprir agenda de segunda, 28, a quarta, 30.

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"Alinhamos os próximos passos da missão diplomática com foco, diálogo e cooperação", escreveu em seu Instagram o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da comissão que irá negociar as taxas, sobre a reunião realizada com o Itamaraty.

O esforço do Senado, que busca negociar ou atrasar as tarifas, foi criticado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O político compartilhou em seu perfil no X (antigo Twitter) um vídeo em que o blogueiro Paulo Figueiredo chama ex-ministros de Bolsonaro de "traidores da pátria" por integrarem missão.

O senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) foi ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações durante o governo de Jair Bolsonaro e a senadora Tereza Cristina (PP-MS) atuou como ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na mesma gestão.

O filho do ex-presidente rechaça as tentativas de reverter o tarifaço e afirma que a única solução para impedir a imposição das taxas é uma anistia "ampla, geral e irrestrita" para os condenados pela trama golpista, incluindo seu pai.

Eduardo afirmou que "tais parlamentares não falam em nome do Presidente Jair Bolsonaro" e que a missão de senadores está "fadada ao fracasso". O vídeo do blogueiro Paulo Figueiredo, anexado na postagem de Eduardo, afirma que os senadores nem sequer serão recebidos por funcionários de alto escalão.

A missão do Senado ainda conta com a presença de petistas, como o senador Jaques Wagner (PT-BA), o que motivou mais críticas de Eduardo. "O constrangimento se agrava com a presença de senadores ligados ao partido de Lula, político que sistematicamente adota posturas hostis aos EUA", escreveu em seu X.

Na última segunda, 21, o filho do ex-presidente afirmou que participou de reuniões com membros do governo americano em que o tarifaço foi discutido. O presidente americano, na carta em que comunicou as taxas, pediu pelo fim do julgamento de Jair Bolsonaro e afirmou que as investigações sobre sua participação na trama golpista são uma "caça às bruxas".

De acordo com o senador Jaques Wagner, que integra a missão, o governo dos EUA não responde tentativas de negociação. "Há uma carta entregue ao governo americano desde 16 de maio que ainda não nos foi respondida. Espero que tenhamos sucesso", afirmou em vídeo no seu X.

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