O ex-presidente José Sarney demonstrou seu apoio ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após o magistrado ser alvo de sanções do governo dos Estados Unidos, aplicadas por meio da Lei Magnitsky. Durante um evento do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), realizado nesta quarta-feira, 30, em São Luís, Sarney expressou solidariedade a Moraes e criticou as ações tomadas pela administração de Donald Trump.
"Eu pessoalmente quero apresentar minha solidariedade à pessoa do ministro Alexandre de Moraes, pelas injustiças que ele está sofrendo. Coisas inacreditáveis que estamos presenciando", afirmou Sarney, sendo aplaudido pelo público presente. O ex-presidente também usou uma expressão de seu avô para reforçar seu ponto de vista: "Meu avô sempre dizia, nunca corra atrás de um doido", e seguiu com uma reflexão sobre a importância de manter a fé na democracia.
"Não podemos correr atrás de um doido, devemos manter a crença no regime democrático, que deve ser defendido pela Justiça e por todos nós, para que esses 40 anos de democracia se multipliquem e se tornem permanentes, sempre assegurando a cidadania e a liberdade do Brasil", concluiu Sarney.
O evento também contou com a presença do ministro Flávio Dino, colega de Moraes no STF, que se solidarizou com o magistrado por meio de uma publicação nas redes sociais. Dino afirmou que Moraes "está apenas fazendo o seu trabalho, de modo honesto e dedicado, conforme a Constituição do Brasil", e ressaltou que todas as decisões do ministro foram julgadas e confirmadas pelo colegiado competente, seja pelo Plenário ou pela 1ª Turma do STF.
A Corte Suprema, em comunicado oficial, também prestou apoio a Moraes, reforçando que todas as decisões tomadas pelo ministro como relator dos processos relacionados à tentativa de golpe de Estado no Brasil foram validadas pelo colegiado do STF. "O STF não se desviará do seu papel de cumprir a Constituição e as leis do País, que asseguram a todos os envolvidos o devido processo legal e um julgamento justo", afirmou a instituição.
As sanções dos Estados Unidos contra Alexandre de Moraes, a primeira vez que uma autoridade de um país democrático é punida pela Lei Magnitsky, incluem a proibição de entrada nos Estados Unidos, o bloqueio de bens e propriedades no país e a restrição ao acesso ao sistema financeiro norte-americano.
